Quem dera eu não escrevesse esta crônica. Contudo, não posso deixar de observar o que vejo. E, principalmente, não tenho como escapar de contar sobre o que ouço das pessoas mais inteligentes que conheço quase que diariamente: “estamos perdidos”. Sou de um tempo em que um livro de 300 páginas era um texto de tamanho médio e que se lia em no máximo duas semanas, porque afinal de contas todo mundo trabalhava e tinha de ler em horários livres. Todos engraxavam seus sapatos, lavavam sua roupa, cortavam sua grama e faziam seu mercado etc. É um tempo que ficou no passado, mas que ainda é latente em minha memória. Uma memória de elefante, como diz um amigo que preso muito. Enfim, em contraponto ao passado de uma comunidade analógica, na qual era comum que se soubesse fazer contas básicas, escrever pequenos bilhetes e dar o próprio endereço para alguém que tinha o desejo de nos enviar uma carta vez ou outra durante o ano, chegamos ao mundo de hoje. Um mundo moderno, cheio de tecnologia e de inf
Literatura, arte e conhecimento