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Mostrando postagens de outubro, 2017

A sorte

Queria ter sorte. É isso mesmo. Queria ter sorte mesmo que fosse por um único segundo. Era esse o pensamento que me consumia naquele instante. Tudo que procurei durante uma vida inteira foi a paz. E paz, sempre me soou como sorte, entende? Passei boa parte de minha vida calado, deitado, lendo ou escrevendo textos para colocar dentro de minha gaveta. A outra parte, a qual é quase todo o resto dela, passei fazendo hambúrgueres para o Tom. O Tom era dono da “Tom Lanches”, uma espelunca que ficava no subúrbio. Era eu quem abria a lancheria todo dia. Sempre que chegava, encontrava o Bóris, o cão que o Tom deixava amarrado na porta da lancheria para que a bandidagem não levasse embora tudo que havia lá dentro. E esse sempre foi um dos meus melhores instantes nessa vida, pois ele, o cão, me olhava com olhos tristes e amorosos ao mesmo tempo. Acho que ele pensava em algo que eu pensava também, só que eu não descobria o que era. E, enquanto eu fazia hambúrgueres, esse tipo de coisa rondava os

O ambiente e a narcotização social

Estou sujeito ao ambiente. Você está sujeito ao ambiente. Vivemos em aglomerações que chamamos de cidades e que nem sempre estão preparadas para uma aglomeração de pessoas. Enquanto gente, temos necessidades, as mais variadas possíveis. Necessitamos de boa logística para a movimentação. É preciso chegar ao trampo, à escola. A habitação também é uma necessidade de ordem importante para quem vive em meio à multidão, e cada um de nós, precisa de um lugar para descansar o seu corpo. Necessitamos de hospitais, e principalmente, de médicos e tratamento. Enfim, enquanto leio o ambiente urbano no qual estamos locados, tento entender como funciona toda essa engrenagem esmagadora. A estrutura que um governo opressor oferece é sempre falha. Tudo que vem do poder enfraquece o seu povo. Isso começa como um câncer em meio a todo tipo de estrutura que seja uma necessidade básica para uma comunidade sadia. Afinal de contas, como chegar a uma escola que não existe, que fora fechada, a uma fábrica q

O sol sempre volta

quando a tristeza consumir o seu coração feche os olhos e pense na chuva imagine um punhado de terra em suas mãos tente sentir em seu tato aquele disco fodido o ponto na hora certa e um tanto de sorte em um único instante pense que o mundo é louco e tanto já se disse sobre isso que nunca conseguimos aproveitar nada do que ouvimos o dia é um momento que não voltará uma cicatriz jamais terá uma superfície lisa e mesmo assim o sol sempre volta!

O ferreiro e o sabre

é possível moldar a nossa alma e o nosso corpo. a nossa mente e o nosso espírito. enquanto seguimos o nosso caminho em busca de uma malha cheia de resiliência. a qual, tenha toda força de que precisamos para que os nossos dias sejam bons. e usando uma bandeja, cheia de carvão em brasa, se pode soprar e sugar, aumentando e diminuindo as chamas de um modo que convém. aquecendo e esfriando, na brasa e na água. na bigorna e na marreta, indo e vindo do quente e do frio. a deixar-nos com a mente mais larga e com o nosso corpo equilibrado, tal qual a relação entre o cabo e a lâmina do sabre por dentro e por fora. e conforme a alteração das moléculas, faz-se testes com uma lima para saber se a lâmina fora bem temperada e se a lomba da espada tem a flexibilidade de que se precisa para que o aço seja muito forte, mas nunca quebre. e num momento de exaustão, pergunto-me: se o mundo fos