é possível moldar a nossa alma
e o nosso corpo.
a nossa mente
e o nosso espírito.
enquanto seguimos
o nosso caminho
em busca de uma malha
cheia de resiliência.
a qual,
tenha toda força
de que precisamos
para que os nossos dias
sejam bons.
e usando uma bandeja,
cheia de carvão
em brasa,
se pode soprar e sugar,
aumentando e diminuindo as chamas
de um modo que convém.
aquecendo e esfriando,
na brasa
e na água.
na bigorna
e na marreta,
indo e vindo
do quente e do frio.
a deixar-nos com a mente mais larga
e com o nosso corpo equilibrado,
tal qual a relação
entre o cabo e a lâmina do sabre
por dentro
e por fora.
e conforme a alteração
das moléculas,
faz-se testes
com uma lima
para saber se a lâmina
fora bem temperada
e se a lomba da espada
tem a flexibilidade
de que se precisa
para que o aço
seja muito forte,
mas nunca quebre.
e num momento
de exaustão,
pergunto-me:
se o mundo fosse uma forja
seríamos aço,
ferro ou tempo?
eu acho,
que eu
e você,
e todas as almas,
somos o resultado do tempo,
tal qual o sabre,
que depois de moldado
e forjado,
reluzirá
e arrancará
a mais profunda admiração.