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Mostrando postagens de setembro, 2021

Enfim, a segunda dose

Foi uma longa espera. Cheia de angústias e incertezas. Hoje, embora, ainda consciente de que estamos muito longe de podermos dizer que vencemos a pandemia de Covid-19, sinto-me um pouco mais aliviado. Ontem, fiz minha segunda dose da Oxford. Cheguei ao local da vacinação às 6h da manhã. Era o quinto colocado na fila. Às 8h06 estava no rumo de casa. Confesso que não sei descrever o que exatamente estava em meu coração. Porém, creio que posso dizer que ao menos sei que posso dar um passo na rua, seguindo todos os cuidados que a situação exige. Não sei como será meu primeiro banho de sol e nem ao menos sei quando o mesmo acontecerá. Só o que sei é que sinto falta das coisas mais simples que se pode imaginar. Acho que a sensação de poder reorganizar a minha vida dentro do contexto já é um tremendo alento. Em minha mente, tenho ideia de viver com alegria. Quero comigo somente o que cabe em meu coração. Não perderei nem mais um segundo de meu tempo com coisas que não merecem nem mesmo um pin

Acabei de ver um corte de um podcast bombado

O assunto era interessante. Discutia-se o currículo escolar. O convidado é um professor extremamente inteligente. Contudo, o podcast e o convidado não são meu alvo de avaliação em tal texto. O convidado levantou questões interessantíssimas. Falou sobre a diferença entre ética e moral. Observou que os conhecimentos abordados na escola são uma escolha feita por alguém e que isto tem relação com a política. Falou a respeito do que é interesse do aluno e sobre o que o aluno ainda não sabe que existe e por isso ainda não possui condições de escolher o que a escola deve ensinar etc. Ótimas colocações. Enfim, palmas ao podcast e ao convidado. Ambos cumpriram seu papel. Só que agora quero entrar no que realmente interessa em minha abordagem: o internauta. Falo do internauta, porque a explanação do professor foi tão legal e profunda, que cheguei à conclusão de que para me posicionar sobre tais questões levantadas teria de reler muitos livros e ler mais alguns. Porém, percebi que os internautas

Um menino desaparecido

O menino acordou e viu o carro capotado. Estava em chamas. Olhava para os lados e não via ninguém. Nem seu pai e nem sua mãe que estavam com ele. O fogo era tão alto que Miguel não podia se aproximar do local do acidente. Olhava na direção da rodovia e não via nem mesmo um automóvel na pista. O dia era frio. E, logo, começou a chover. Mas, ele não se afastou do veículo até ver o final do fogo. Quando se aproximou, constatou que era o único sobrevivente. Miguel, não sabia o que poderia ou deveria fazer. Então, embrenhou-se na mata. Ficou um dia. Dois. Três. As semanas passaram. Os meses passaram. Os anos passaram. E, Miguel, aprendeu a viver em meio à floresta. Sentia-se parte da natureza e embora sentisse muita falta de seus pais, não nutria a menor vontade de integrar-se novamente à vida civilizada. Com paciência e dedicação, construiu um abrigo quente, seco e forte. Aprendeu a viver do que a mãe terra lhe dava e sentia-se bem adaptado ao mundo natural. Miguel sabia que havia perdido

Leia textos impressos

Acho que no futuro, teremos professores especialistas em leitura. Penso nisso porque tenho falado com muita gente a respeito de tal tema. Pelo que entendo, o assunto ganha mais força a cada dia. Fala-se que a leitura em telas está prejudicando a nossa capacidade de raciocínio. De tal modo, conforme apontam diferentes estudos, estamos atropelados por estímulos constantes que prejudicam nossa capacidade de engajamento no momento de ler. O que danifica nossa empatia em relação a pontos de vista diferentes do nosso e, também, nossa capacidade de assimilação e avaliação em relação ao conteúdo lido. Creio que em um futuro breve, pessoas que leem textos impressos conseguirão melhores colocações profissionais e, também, terão mais facilidade para empreender e colocar em prática seus objetivos de modo geral. A capacidade de reflexão e planejamento ganha espaço, assim como a habilidade de colocar-se no lugar do outro para melhor compreender relações e, também, gerenciar indivíduos e cadeias pr

O sujeito lírico

Recentemente andei fazendo uma pesquisa profunda a respeito do Eu que habita a literatura. É um assunto que me interessa desde que comecei a anotar minhas primeiras linhas. Queria entender o todo do processo. Compreende? E para resumir os dados que levantei: o Eu que habita aquele que escreve é o Eu dentro do enredo e não exatamente o Eu do homem em sua realidade. E como você pode ver ao ler esta crônica é muito fácil identificar qual destes Eus está no comando. Contudo, para que não haja a menor dúvida: é óbvio que meu Eu real está na administração da situação. Escrever é meu trabalho. E aprender e pesquisar sobre literatura faz parte de meu dia. E por que afirmo de quem se trata ao escrever este texto diz respeito ao cerne de uma indagação que percorre minha mente. O sujeito lírico é restrito ou limitado? Em minha opinião o sujeito lírico não é limitado, ele tem uma única obrigação: ser fruto de um laboratório, de uma vivência, de um estudo que perfila o personagem em questão.