O menino acordou e viu o carro
capotado. Estava em chamas. Olhava para os lados e não via ninguém. Nem seu pai
e nem sua mãe que estavam com ele. O fogo era tão alto que Miguel não podia se
aproximar do local do acidente. Olhava na direção da rodovia e não via nem
mesmo um automóvel na pista. O dia era frio. E, logo, começou a chover. Mas,
ele não se afastou do veículo até ver o final do fogo. Quando se aproximou,
constatou que era o único sobrevivente. Miguel, não sabia o que poderia ou
deveria fazer. Então, embrenhou-se na mata. Ficou um dia. Dois. Três. As semanas
passaram. Os meses passaram. Os anos passaram. E, Miguel, aprendeu a viver em
meio à floresta. Sentia-se parte da natureza e embora sentisse muita falta de
seus pais, não nutria a menor vontade de integrar-se novamente à vida
civilizada. Com paciência e dedicação, construiu um abrigo quente, seco e
forte. Aprendeu a viver do que a mãe terra lhe dava e sentia-se bem adaptado ao
mundo natural. Miguel sabia que havia perdido muito, mas, também, sabia que não
havia nada melhor para buscar ou ver para além da floresta que aprendeu a amar.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se