O assunto era interessante. Discutia-se
o currículo escolar. O convidado é um professor extremamente inteligente. Contudo,
o podcast e o convidado não são meu alvo de avaliação em tal texto. O convidado
levantou questões interessantíssimas. Falou sobre a diferença entre ética e
moral. Observou que os conhecimentos abordados na escola são uma escolha feita
por alguém e que isto tem relação com a política. Falou a respeito do que é
interesse do aluno e sobre o que o aluno ainda não sabe que existe e por isso
ainda não possui condições de escolher o que a escola deve ensinar etc. Ótimas
colocações. Enfim, palmas ao podcast e ao convidado. Ambos cumpriram seu papel.
Só que agora quero entrar no que realmente interessa em minha abordagem: o
internauta. Falo do internauta, porque a explanação do professor foi tão legal
e profunda, que cheguei à conclusão de que para me posicionar sobre tais
questões levantadas teria de reler muitos livros e ler mais alguns. Porém, percebi
que os internautas se posicionaram com extrema rapidez, uma prova de que não
refletiram o suficiente para opinarem sobre o assunto levantado e lá pelas
tantas ficou claro que, pensar e refletir não são o nosso forte dentro e fora
da internet. A gente, enquanto grupo social, fala muito, pensa pouco, lê nada e
não vamos a lugar algum com essa mentalidade. Somos rasos. E somos rasos porque
antes de tudo, não temos a humildade que acompanha os sábios. Existe uma máxima
infalível, quem não duvida de sua capacidade, não tem nenhuma capacidade. É por
isso que a maioria fala o tempo todo, mesmo sem ter nada fundamentado para
dizer. Agora vou ler, pois o assunto é interessante e pesquisar e refletir a
respeito me parece uma ótima alternativa.
Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser