Pular para o conteúdo principal

O ambiente e a narcotização social

Estou sujeito ao ambiente. Você está sujeito ao ambiente. Vivemos em aglomerações que chamamos de cidades e que nem sempre estão preparadas para uma aglomeração de pessoas. Enquanto gente, temos necessidades, as mais variadas possíveis. Necessitamos de boa logística para a movimentação. É preciso chegar ao trampo, à escola. A habitação também é uma necessidade de ordem importante para quem vive em meio à multidão, e cada um de nós, precisa de um lugar para descansar o seu corpo. Necessitamos de hospitais, e principalmente, de médicos e tratamento. Enfim, enquanto leio o ambiente urbano no qual estamos locados, tento entender como funciona toda essa engrenagem esmagadora.
A estrutura que um governo opressor oferece é sempre falha. Tudo que vem do poder enfraquece o seu povo. Isso começa como um câncer em meio a todo tipo de estrutura que seja uma necessidade básica para uma comunidade sadia. Afinal de contas, como chegar a uma escola que não existe, que fora fechada, a uma fábrica que não abriu? É impossível, penso eu. É por isso que tento observar com cautela e entendo que nada do que a gente vê pode ser considerado alheio a um projeto. O caos é uma ferramenta importante para que o povo lute entre si e seja embalado pela mídia, que em meu modo de ver, talvez, seja algo tão nocivo quanto o governo, ou quem sabe, tenha tanto poder quanto ele. É claro que o bom jornalismo sempre será uma arma em defesa do oprimido; contudo, como fazer um bom jornalismo dentro de uma grande corporação que possui ligação com todo tipo de tramoia possível, e que faz parte de uma engrenagem de manipulação social em massa, assim como acontece em nosso país?
Vejo que tudo isso faz parte de um processo de narcotização social. É um projeto que visa deixar grandes brechas em nossas necessidades sociais e isso inclui, principalmente, trabalho e educação, afinal de contas, poder aquisitivo e conhecimento são o mais puro óleo para uma engrenagem enferrujada ou mesmo “doente”, é mais ou menos como o pão para quem tem fome e o saber para quem ousa pensar. Porém, aos nossos líderes, é mais lucrativo narcotizar a mente de um cidadão acuado e indefeso, afinal de contas, somos nada mais que vítimas de um governo interessado em promover, para o seu povo, nada além do caos, mas é o nosso caos e não o dele.

Postagens mais visitadas deste blog

Acordo todo dia no mesmo mundo cão

Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v...
"Se não mudamos as nossas atitudes não podemos mudar o que acontece."

A arte me parece um jeito de resistir ao lado do conhecimento

Ler como quem procura janelas abertas para arejar o ambiente mental e físico. Creio que a filosofia da busca pelo equilíbrio enobrece as anotações. Vejo as plantas crescendo. A madeira sendo coberta pelo traço do pirógrafo e a tinta. A lenha queima na lareira ao tempo em que a rocha torna-se um baluarte encantador e próspero. É como se o segredo pudesse preservar o futuro e o sossego.