É um dia de muito sol. De céu azul feito anil.
Segunda-feira, 15 de outubro de 2018. Por certo, hoje sim, haveria de ser
feriado. Afinal de contas, sem ele, não existiria partilha de conhecimento.
Pois, foi um professor, quem nos ensinou a escrever. Foi ele, o professor, quem
nos ensinou a ler. Foi o professor, quem nos ensinou a História. E mais, foi um
professor, quem nos deu ideia de Biologia. Foi um professor, quem falou para
cada um de nós, sobre os elementos químicos. Sim, foi um professor, quem passou
ciência ao nosso médico, leitor. Pois é, foi um professor, quem repartiu o seu
saber quanto à construção de um motor. Sim, foi um professor, quem nos
instruiu, em todas as áreas possíveis, quando o assunto é conhecimento. E,
hoje, é um dia para que este profissional, tão dedicado, receba felicitações e
respeito. Mas, por qual razão temos um dia para festejar o ofício de ser
professor? Porque uma categoria banalizada a todo instante, precisa de um dia
para que todos se lembrem dela. Afinal, a nossa sociedade é um tanto relapsa. E
uma sociedade relapsa, precisa de um dia para tudo. Precisamos de um dia para
termos consciência negra. Precisamos de um dia para os mortos. Temos um dia do
índio, também. E assim seguimos a vida, todo dia, precisando de um dia para que
possamos nos lembrar de quem merece ser lembrado todo dia, o ser humano. Sim,
temos dia para tudo. Não é mesmo? Pois muito bem. Hoje é o dia de aplaudirmos o
professor, o qual xingamos por ter reprovado o nosso filho, porque ele não
atingiu a média satisfatória no período de avaliação. Hoje é dia do professor,
aquele que ouve os problemas dos seus alunos. Hoje, é dia do profissional que
esparrama conhecimento e que não pode ter uma opinião, quando indagado sobre
ela. Hoje é dia de nos lembrarmos do professor, que quando diz para que os
alunos respeitem uns aos outros, é chamado de comunista, em tom pejorativo,
claro. Hoje, é o dia para que todos possam falar o quanto amam este
profissional, que quando pede aumento de salário, recebe pau da polícia porque
alguém mandou baixar o braço, como já aconteceu tantas vezes. Hoje é dia do
professor, aquele profissional que leciona em escolas sem janelas, sem portão,
sem uma grande quantidade de livros na biblioteca. Sim, hoje é dia do professor
que recebe o seu salário em parcelas; afinal, não se pode atrasar o salário do
governador. Veja só você. Hoje é o dia do professor. Um dia para que o mesmo
ganhe uma maçã. E amanhã, terça-feira, é outro dia. Um dia para festejar
outrem. E, a partir da próxima meia-noite, tudo volta ao normal, e o professor
já pode ser esquecido de novo e assim por diante, como tudo e todos, neste
país.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se