Pular para o conteúdo principal

Por que lemos tão pouco?


Vivemos um tempo em que o valor está no status. Então, um livro só tem importância se nos servir de ostentação ou diferenciação sobre os demais em algum momento. Em nosso mundo, ter é melhor do que ser ou viver.
Vejo nas redes-sociais milhares de posts a respeito de livros. E embora muita gente se diga um leitor compulsivo, que compra mais do que consegue ler, livrarias e editoras seguem mergulhadas em uma crise profunda.
É uma situação que nos deixa, muitas vezes, sem palavras, pois mesmo gigantescas livrarias como a Saraiva e a Cultura atravessam um período difícil em 2018 e consigo arrastam as abaladas editoras.
Em meu modo de ver, não lemos nem quando compramos um livro. Esta é a verdade que tomo com base no que observo. Pois comprar o livro mais badalado do momento rende um post que proporciona um elevado número de positivos e isso nos qualifica como populares e eruditos.
Contudo, no momento em que observamos a intimidade ortográfica ou intelectual do usuário, percebemos que aquilo nada mais é do que um trampolim para parecer intelectualizado e, com isso, atingir um objetivo indireto.
O importante não é ler, mas dizer que lemos, ganhar a pessoa que nos interessa, conforme nosso objetivo, e termos a “certeza” de estarmos sendo altamente valorizados socialmente.
Agora eu pergunto a você que discorda de minha visão, “se a gente lesse de verdade, estaríamos em uma crise como esta, em que denotamos nossa mediocridade em relação a tudo e todos?” Eu creio que não.
De minha parte, penso que a educação silenciosa é uma saída viável para mudar tal situação. A qual se pode condensar no revolucionário ato de ler, todo dia, bem no meio de nossa sala, para que todo mundo possa ver.

Postagens mais visitadas deste blog

Estou em paz

Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser

O contato

O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!

Vida real

Ontem, pela manhã, encontrei um amigo de longa data. Há muito tempo que não o via. Como sempre, mantivemos distanciamento, conversamos ao ar-livre, usamos máscaras, enfim, sustentamos o protocolo adequado em relação à pandemia. Ele me contava que andava batendo cabeça por conta da postura das redes-sociais atreladas ao executivo Zuckerberg. Enfim, meu objetivo não é massacrar o executivo ou seus usuários, apenas abordar alguns pontos, sobre a conversa que tive com meu amigo oculto, que prefere não ser identificado. Durante a nossa prosa, ficou claro que, tanto ele, quanto eu: não entendemos como um executivo de ponta, como já ouvimos muita gente chamando, tem tanto problema ou falta de escrúpulos com os dados alheios. A falta de segurança em seus empreendimentos é assustadora. Ao mesmo tempo em que tudo é moldado e cheio de etiquetas — leia-se cerimônias — o homem não consegue ter cuidado com seus usuários, embora fale disso em muitos momentos e veículos de comunicação. Chegamos à conc...