Pular para o conteúdo principal

O brasileiro não se acha no Brasil


Em primeiro lugar, o brasileiro não se acha em seu próprio país, porque não o conhece. Estudou que um dia chegaram caravelas e que encontraram gente vivendo aqui. A partir desta afirmação, começa o problema que o brasileiro tem com sua identidade. Vou colocar meu dedo na ferida já nas primeiras linhas. Preciso ser claro. Ascendente se refere aos nossos ancestrais, antecessores e antepassados. Indica as pessoas de quem nós descendemos, como avós e pais. Descendente se refere aos nossos sucessores, progênie e porvindouros. Indica as pessoas que descendem de nós, como filhos e netos. Miscigenação é o processo de misturar raças, pelo casamento ou coabitação de um homem e uma mulher de etnias diferentes.
500 anos é muito tempo. Mas, também é História. Pergunte a um brasileiro, pessoa nascida neste país, sobre sua ascendência e ele vai achar que a pergunta refere-se a uma questão de horóscopo. Se perguntar a ele sobre seus descendentes, ele vai falar de ascendência europeia em boa parte dos casos. Ele refuta a miscigenação, porque está preso ao preconceito e ao paradigma da cor da pele. Minha esposa têm olhos azuis, cabelo louro, ela tem uma avó que é negra. Minha esposa tem o cabelo extremamente encaracolado. Pois bem, não vale fazer-se de tolo aqui. Eu fui objetivo. Meu avô era um destes homens nascidos no campo. Veio de família que trabalhava para estancieiros. Ele era chamado de brasileiro em seu cotidiano. Tinha uma conotação pejorativa. Em seu sangue corria sangue ameríndio, sangue africano e sangues europeus das mais distintas nações.
Minha experiência de fala vem do Rio Grande do Sul. A Terra do Passo. A terra vista como sendo um caminho em meio ao terreno e que não tinha dono, porque mais parecia um portal de passagem do que uma Terra. Faz tempo. A gente não se lembra disso no cotidiano. Estamos no continente Ameríndio. Temos particularidades em tudo, porque somos filhos de um continente colonizado. Comemos mandioca. Frequentamos infinitas religiões. Usamos conhecimento oriundo do Brasil todo dia. Praticamos tudo com base ameríndia. Os valores e os costumes misturam-se.
Temos um grande problema no Brasil. Não termos nascido no continente Ameríndio. A gente, no máximo, nasceu no continente Americano; que falácia! Não falo como quem ofende. Mas falo como quem identifica. E esta dificuldade, é o que nos fode, porque se reflete em tudo. Sabe, quando a gente escolhe a posição solar para construir uma casa, estamos dentro de uma condição ameríndia. É evidente, pois estamos no Brasil.

Postagens mais visitadas deste blog

O contato

O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!

Neurose de “soldado”

Em primeiro lugar, quando, você, diz que faz parte de uma organização paramilitar, está afirmando que compõem um grupo armado e que se reconhece em estado de guerra. É impossível fazer parte de um grupo paramilitar desarmado. Tampouco é possível negar que se olha como sendo um soldado em batalha. É uma questão de lógica. E se, você, estiver em guerra contra comunistas — e comunistas são apenas os que discordam das suas visões de mundo —, começa a evidenciar um distúrbio mental ainda mais sério.  Conforme a reportagem no portal Terra , os “300 do Brasil”, se designa um grupo paramilitar desarmado. Uma organização que admite ser influenciada pelo Olavo de Carvalho, alguém que acha que a Terra (Planeta) é plana. Este, eu, não sei se é só mentalmente perturbado, ele tem de ser algo mais e pior do que isso. Acho que perverso: é a melhor palavra. No mais, se, você, assume que está treinando pessoas para uma guerra de informação, então, você, assume publicamente que está desinformando...

Dia do professor e um textão em bloco

É um dia de muito sol. De céu azul feito anil. Segunda-feira, 15 de outubro de 2018. Por certo, hoje sim, haveria de ser feriado. Afinal de contas, sem ele, não existiria partilha de conhecimento. Pois, foi um professor, quem nos ensinou a escrever. Foi ele, o professor, quem nos ensinou a ler. Foi o professor, quem nos ensinou a História. E mais, foi um professor, quem nos deu ideia de Biologia. Foi um professor, quem falou para cada um de nós, sobre os elementos químicos. Sim, foi um professor, quem passou ciência ao nosso médico, leitor. Pois é, foi um professor, quem repartiu o seu saber quanto à construção de um motor. Sim, foi um professor, quem nos instruiu, em todas as áreas possíveis, quando o assunto é conhecimento. E, hoje, é um dia para que este profissional, tão dedicado, receba felicitações e respeito. Mas, por qual razão temos um dia para festejar o ofício de ser professor? Porque uma categoria banalizada a todo instante, precisa de um dia para que todos se lembrem del...