A vida é uma mistura de reflexos causados pelas nossas escolhas. Dividimos nossa energia em fragmentos. Cada instante vivido ganha um status mais leve ou mais pesado. É a gente quem administra o teor do que nos cerca. Estudando alquimia dei-me conta de que tinha de lidar com a vida de um modo leve em qualquer situação. Compreendi o valor do silêncio. Entendi a necessidade de não tomar em minhas mãos o que não me é devido. Consegui poupar-me durante a caminhada observando e ouvindo os sábios. E assimilei que todos nós temos um tempo e um caminho a percorrer. Portanto, coberto de aceitação, estou ciente de que o despertar é individual e de que o universo não é estático. Passo meus dias abraçado com a resignação ao tempo em que leio Cora Coralina. Escrevo bastante e publico pouco. Estou atento aos afazeres. Guardo minha energia e não a ponho fora. A vida em labuta é boa, mas também é árdua. E sinto-me como um eremita devotado que se ocupa da própria alma e vislumbra a luz da grande obra.
Literatura, arte e conhecimento