A vida é uma mistura de reflexos causados pelas nossas escolhas. Dividimos nossa energia em fragmentos. Cada instante vivido ganha um status mais leve ou mais pesado. É a gente quem administra o teor do que nos cerca. Estudando alquimia dei-me conta de que tinha de lidar com a vida de um modo leve em qualquer situação. Compreendi o valor do silêncio. Entendi a necessidade de não tomar em minhas mãos o que não me é devido. Consegui poupar-me durante a caminhada observando e ouvindo os sábios. E assimilei que todos nós temos um tempo e um caminho a percorrer. Portanto, coberto de aceitação, estou ciente de que o despertar é individual e de que o universo não é estático. Passo meus dias abraçado com a resignação ao tempo em que leio Cora Coralina. Escrevo bastante e publico pouco. Estou atento aos afazeres. Guardo minha energia e não a ponho fora. A vida em labuta é boa, mas também é árdua. E sinto-me como um eremita devotado que se ocupa da própria alma e vislumbra a luz da grande obra.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se