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O peso da vida

A vida é uma mistura de reflexos causados pelas nossas escolhas. Dividimos nossa energia em fragmentos. Cada instante vivido ganha um status mais leve ou mais pesado. É a gente quem administra o teor do que nos cerca. Estudando alquimia dei-me conta de que tinha de lidar com a vida de um modo leve em qualquer situação. Compreendi o valor do silêncio. Entendi a necessidade de não tomar em minhas mãos o que não me é devido. Consegui poupar-me durante a caminhada observando e ouvindo os sábios. E assimilei que todos nós temos um tempo e um caminho a percorrer. Portanto, coberto de aceitação, estou ciente de que o despertar é individual e de que o universo não é estático. Passo meus dias abraçado com a resignação ao tempo em que leio Cora Coralina. Escrevo bastante e publico pouco. Estou atento aos afazeres. Guardo minha energia e não a ponho fora. A vida em labuta é boa, mas também é árdua. E sinto-me como um eremita devotado que se ocupa da própria alma e vislumbra a luz da grande obra.

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Acordo todo dia no mesmo mundo cão

Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v...
"Se não mudamos as nossas atitudes não podemos mudar o que acontece."

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Ler como quem procura janelas abertas para arejar o ambiente mental e físico. Creio que a filosofia da busca pelo equilíbrio enobrece as anotações. Vejo as plantas crescendo. A madeira sendo coberta pelo traço do pirógrafo e a tinta. A lenha queima na lareira ao tempo em que a rocha torna-se um baluarte encantador e próspero. É como se o segredo pudesse preservar o futuro e o sossego.