Pular para o conteúdo principal

O pensamento crítico

Sentimos necessidade de observar o nosso redor e promover uma corrente de pensamento em relação a um determinado aspecto. Este pensamento por excelência deve germinar a partir de duas fontes, uma de conceitos que provém de estudos com base em artigos e livros a respeito do assunto e, a outra com base em nossa experiência particular. Em tese, tal análise deve trazer a luz uma ideia, a qual deve ser exposta e debatida sobre o pretexto de construir a evolução do pensamento e do mundo como um todo. Até aqui tudo bem, porém o que observo é que o pensamento crítico muitas vezes ganha tom de amargura ou comportamento estúpido em uma era de positividade acentuada que produz uma humanidade tremendamente abalada em seu senso mais íntimo — o exercício de pensar — e que confunde indagação com mau-humor ou derrota no momento em que se contestam arbitrariedades vigentes. Outro detalhe importante em minha visão é que ao produzirmos o nosso pensamento não partimos de um ponto de vista em que identificamos a verdade absoluta, mas de um ponto de princípio que possa denotar algo embasado e crível. Dou um exemplo, é impossível criar a opinião de que a ditadura militar no Brasil foi positiva para nossa nação. Por que não? Pelo fato de que a história documenta o período em bibliotecas e infinitas obras e demais espaços dedicados a reunir tais registros e todo seu efeito destrutivo. Então o pensamento crítico pode ser livre em sua construção, mas não pode ser desprovido de argumento ou compromisso com a realidade em seu desenvolvimento. Como eu disse no início de tal texto, é preciso partir do argumento científico em direção da nossa experiência. Eu posso aceitar o direito de um pensador em dizer que a ditadura fora positiva para ele, mas não há como aceitar que a ditadura fora positiva para nosso país. Aqui reside a razão como o ponto que define através da análise criteriosa a diferença entre a opinião e o pensamento crítico. O primeiro é individual e sugestionável, já o segundo é o argumento comprovado. Isso porque a nossa experiência é um recorte no todo e não a realidade do todo. Muitos dirão que cada indivíduo construirá sua própria visão de mundo. Sim, o indivíduo tem o benefício de errar, mas não tem o direito de impor uma construção mal fundamentada como ponto de partida para uma análise responsável ou verdade. Outro exemplo para fechar tal crônica e apimentar o debate é que pela primeira vez testes de QI estão identificando jovens com Quociente de Inteligência abaixo de seus pais. Um fato irrefutável por que provém de pesquisa e que analisa experiências posteriormente. Em minha ótica creio que a falta de leitura e a arbitrariedade proposta pelas bolhas virtuais sejam o grande mal que nos aflige em tal questão porque a internet funciona a base de ranqueamento que envolve inclusive investimento financeiro e não necessariamente pensamento. A partir do momento em que não se conhece correntes fundamentadas como ponto de partida, mas sim como escolha individual ou bisness e isto restringe nossa capacidade de ver o mundo ou avaliar a situação para além de nós mesmos, tal atitude torna-se uma armadilha proveniente de nosso ego que desagua em engodos tremendos e não agrega qualquer luz ao pensamento crítico tão necessário no momento de evoluir.

Postagens mais visitadas deste blog

O contato

O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!

Neurose de “soldado”

Em primeiro lugar, quando, você, diz que faz parte de uma organização paramilitar, está afirmando que compõem um grupo armado e que se reconhece em estado de guerra. É impossível fazer parte de um grupo paramilitar desarmado. Tampouco é possível negar que se olha como sendo um soldado em batalha. É uma questão de lógica. E se, você, estiver em guerra contra comunistas — e comunistas são apenas os que discordam das suas visões de mundo —, começa a evidenciar um distúrbio mental ainda mais sério.  Conforme a reportagem no portal Terra , os “300 do Brasil”, se designa um grupo paramilitar desarmado. Uma organização que admite ser influenciada pelo Olavo de Carvalho, alguém que acha que a Terra (Planeta) é plana. Este, eu, não sei se é só mentalmente perturbado, ele tem de ser algo mais e pior do que isso. Acho que perverso: é a melhor palavra. No mais, se, você, assume que está treinando pessoas para uma guerra de informação, então, você, assume publicamente que está desinformando...

Dia do professor e um textão em bloco

É um dia de muito sol. De céu azul feito anil. Segunda-feira, 15 de outubro de 2018. Por certo, hoje sim, haveria de ser feriado. Afinal de contas, sem ele, não existiria partilha de conhecimento. Pois, foi um professor, quem nos ensinou a escrever. Foi ele, o professor, quem nos ensinou a ler. Foi o professor, quem nos ensinou a História. E mais, foi um professor, quem nos deu ideia de Biologia. Foi um professor, quem falou para cada um de nós, sobre os elementos químicos. Sim, foi um professor, quem passou ciência ao nosso médico, leitor. Pois é, foi um professor, quem repartiu o seu saber quanto à construção de um motor. Sim, foi um professor, quem nos instruiu, em todas as áreas possíveis, quando o assunto é conhecimento. E, hoje, é um dia para que este profissional, tão dedicado, receba felicitações e respeito. Mas, por qual razão temos um dia para festejar o ofício de ser professor? Porque uma categoria banalizada a todo instante, precisa de um dia para que todos se lembrem del...