Quando falo em ideias estou me referindo aos saberes. E quando me refiro aos saberes estou falando de utilidade. Entretanto, tão logo falo de utilidades não estou me referindo ao curioso fato moderno em que se exprime a ideia de que a minha religião e a minha vida são o meu trabalho. Em meu jeito de pensar sou um pouco mais do que isto. Porém, tal constatação pode parecer confusa ao leitor em um primeiro momento. Contudo: o conceito de ideia que estou propondo diz respeito ao ato de pensar. Em meu modo de ver não se pode consumir ideias sem que apareça a necessidade de digerir o que se consumiu durante a leitura. E é claro que expor tudo que faço não compreende o campo das ideias porque tenho noção de que o meu pensar e o que isto promove é mais interessante do que minha vida em seus detalhes minimamente sórdidos ou mesmo felizes. Acho que estar longe de redes sociais favorece o pensar enquanto utilidade. Não quero dizer com isto tudo que sou um ser humano ultrapassado ou melhor e muito menos dono da verdade. Mas, quero dizer que o tempo é precioso e que a minha intimidade também é. Porém, em minha maneira filosófica de ver o tempo, a vida e as ideias, creio que não contribuirei com o mundo expondo algo fora do campo das ideias porque as ideias servem a todos, enquanto que o sabor do café que tomo ou qualquer outra intimidade nada proporciona de útil para a sociedade atual a não ser que seja utilizado como elemento textual para um determinado enredo. Portanto, consumir ideias é algo poderoso em minha ótica. Todavia, também entendo que interesses individuais são uma amostra de um todo, embora as exceções mostrem-se mais atraentes para um grupo que prefere pensar e discorrer sobre o que consumiu. E por isso, vejo a reflexão como um ato de rebeldia e uma maneira excelente para manter-me distante de um ócio que não é criativo e tampouco utilitário. Acho que a expressão babando no celular não tem nada a ver com a leitura que abastece a mente de um ser pensante. Por fim, creio que sentir-se confortável ao replicar um comportamento sugerido não seja um sinal de inteligência emocional. Assim sendo, entendo que ler um tanto de Dostoiévski pode salvar qualquer um, ao menos em minha maneira de pensar a vida.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se