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Esperança

quero ver o mundo
em forma de poema
grudado no muro

tenho dias de solidão
outros de multidão
mas
sempre caminho devagar

gosto de sentar nas praças
ler o mundo e anotar
não sei se isso é denúncia
ou mesmo poesia

mas é o que leio e vejo
e isso me toca
me toca com amor
me toca com força
e explode sempre
na ponta de minha caneta

e quando olho para o papel
em que detonei
as palavras que encontrei
vejo muito mais esperança
do que tristeza

pois
eu acho que vi
um sorriso
que era seu

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Estou em paz

Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser

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