Sabe-se que o nosso país está ranqueado entre
os países mais ignorantes do mundo. Um fato que pode ser rapidamente comprovado,
com uma simples pesquisa no oráculo Google para encontrar diversos links a
respeito. E isso quer dizer que o brasileiro desconhece a própria realidade
quando indagado sobre vários assuntos, devido a suas respostas incoerentes ou
incorretas.
Pois é, um fato triste para nossa nação.
Contudo, não é transformando o assunto em tabu que se muda tal realidade.
Então, temos de debater exaustivamente a respeito, como alternativa para
mudarmos tal situação. Afinal de contas, não é um título interessante para quem
deseja causar uma boa impressão ao mundo ou proporcionar uma vida melhor aos
seus cidadãos. Em meu modo de ver, é um tanto desnecessário gabar-se de ser
ignorante, desinformado, desatualizado, ultrapassado e assim por diante, quando
o assunto é a própria realidade, a própria nação.
E, quando se fala em nação, aborda-se a
comunidade, o todo. Porém, um país que fora colonizado com vistas à exploração
de suas riquezas, certamente oferece infinitas dificuldades para o
esclarecimento de seus cidadãos. Inclusive, a manutenção da ignorância, é uma
das maneiras mais eficientes para manter o poder centralizado nas mãos de um
explorador. Sim, renegar esclarecimento é um modo eficaz para manter o
explorado na situação de explorado. Não por nada, a liberdade exige condições educacionais
e econômicas.
Pois muito bem, diante de um cenário como
este, expomos as nossas inabilidades a todo instante nos mais diferentes campos
sociais e nos tornamos massa de manobra com extrema facilidade. E tal situação identifica
o motivo pelo qual o brasileiro não se importa em votar em quem pratica
discriminação racial, mesmo quando o assunto o envolve pejorativamente, como
sendo a própria mazela. É o coro do oprimido, apoiando o opressor. O próprio
algoz. O Brasil não tem vergonha de votar em quem responde a questões relativas
ao crescimento econômico do país com respostas do tipo: “isso daí a gente vê
depois”. O nosso povo, acha bonito trocar bolsa-conhecimento ou mesmo
bolsa-família, por bolsa-vala. Veja só, leitor, quanta sapiência, com o perdão
da ironia.
O nosso povo não tem vergonha de investir uma
fortuna em uma universidade para suas filhas, para que depois elas ganhem menos
do que os seus maridos em mesma função, afinal elas são mulheres e engravidam.
Veja só você, caro leitor, quanto amor pela ignorância. E quanta dificuldade de
estabelecer relações entre assuntos e informações. É uma espécie de loucura.
Afinal de contas, o brasileiro não tem medo e nem vergonha de boicotar a si
mesmo. O nosso povo não tem vergonha, em sua maioria, apurada ontem, nas urnas,
de dizer que é uma sensação ir para uma zona eleitoral e usar o cano de um
revólver para digitar a legenda escolhida.
E tudo isso tem uma origem. Desinformação.
Falta de conhecimento. E, inclusive, denota uma inabilidade tremenda de se
reconhecer como ser humano e encontrar-se dentro de tal estrutura social.
Aliás, é bom que se diga, que nem mesmo um curso superior torna-se suficiente
para esclarecer uma pessoa, quando não há leituras diversas para além da área
específica para a qual se cursa a universidade em busca de uma habilitação.
O nosso povo, não tem senso de que não se faz
piadas com a democracia. O nosso povo gosta de ser aceito no campo do opressor,
mesmo que seja ridicularizado ou usado. Sim, o nosso povo, leitor, nunca vai
ler esse texto, afinal de contas, o nosso povo não lê e prefere consumir
informações de fontes duvidosas para assegurar a validade de suas incoerências.
E pelo visto, se interessa por armas, ao invés de livros. Enfim, antes de tudo,
somos um dos países mais ignorantes do mundo, porque amamos o nosso opressor, e
é dentro do contexto dele que a grande maioria se coloca ou se projeta. E é por
isso que quando a gente cresce, queremos ser como ele, o explorador.