ando pela rua
e sinto que o sol
queima meus miolos.
não espero nada em minha vida.
apenas sigo meu caminho.
deixei meus sonhos
em algum lugar
que não me serve mais.
não espero pela alegria,
nem tenho medo da solidão.
nada me move.
e ao mesmo tempo,
tudo me fortalece.
sou fruto do mundo.
forjado em sua própria desilusão.
não tenho certeza alguma
de que estarei vivo amanhã.
tampouco,
acumulo em minha alma,
o desejo de saber.
deixei meu passado no passado.
ponho meu futuro no futuro.
vivo meu presente no presente.
e sinto que este
é o maior sossego
que se poder ter,
em um dia tão quente,
neste mundo tão frio.