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Vivemos um tempo bem estranho


Sinto como se houvesse uma nuvem gigante que paira no ar e que produz uma espécie de confusão mental. Acho que de alguma maneira a vida moderna não está fazendo bem para o ser humano. Costumo respeitar os problemas e as ideias de todos, mas eu me pergunto: o que foi que se perdeu? O que foi que aconteceu? E muitas vezes me pergunto também: o que foi que eu fiz de errado para com alguém? E a minha lucidez me mostra que não fiz nada. Sendo sincero, acho que o homem moderno passa muito tempo encucando coisas e lutando em guerras ilusórias. Cabeça vazia é oficina de maus pensamentos, em minha ótica. E tenho a sensação de que mantenho minha sanidade porque trabalho em torno de 12, 14h por dia e desta maneira não sobra tempo para me envolver diretamente em situações negativas ou desnecessárias.
Fazendo um recorte: este ano, consegui a oportunidade de trabalhar com a Língua Tupi-Gurani. A Língua-Tronco, como se diz. É através dela que se pode compreender uma série de dialetos linguísticos relacionados a povos indígenas das mais diferentes regiões do país. Ela serve de base. E embora entenda um bom tanto de palavras, obviamente que tenho muito a aprender. Isso está me mantendo bastante ocupado. Contudo, não fosse pela internet, não teria como aperfeiçoar-me de maneira satisfatória, devido ao grande número de regiões que teria de visitar. Nos dias de hoje, a WWW fornece infinitas ferramentas e a possibilidade de realizarmos uma série de estudos através de uma tela de computador em horários flexíveis por meio de vídeo-aulas e gabaritos disponibilizados on-line, uma oportunidade fascinante.
A internet é mesmo incrível. Um lugar cheio de coisas boas para que a gente faça um bom uso delas em nosso cotidiano. Contudo, me parece que na maioria das vezes não a utilizamos para fins positivos. De minha parte, na qualidade de pessoa que trabalha como revisor ortográfico, a compreensão da língua nativa deste país sempre me seduziu. Obviamente, que para trabalhar nesta área com o mesmo desempenho que tenho como revisor do português, ainda levará um tempo. Porém, carrego a exata certeza de que a partir de 2020 estarei “voando”, como bem disse meu professor. Aliás, é bom que se diga, meu mestre é uma pessoa divina. Certamente, uma das melhores que já conheci.
Enfim, após tal recorte textual que usei como alternativa para uma melhor elucidação do caso a respeito de meu aparente “sumiço”: tenho de recuperar a fala, para dizer que não sei ao certo o que fiz para ofender aos que me leem ou se relacionam comigo através da rede-social. Não sei se foi meu posicionamento político ou se diz respeito ao modo como trato a todos, aliás, faço um reforço aqui, eu realmente não faço ideia dos motivos que movem o meu hater. Mas o fato é que meus posts são denunciados com frequência. Entretanto, sinto-me tranquilo quanto a isso, pois o robô sempre entende que não há nenhum caráter negativo em minhas intenções.
De modo que escrevo este texto para dizer aos bons amigos que fiz aqui na rede, que a partir de hoje usarei meu blog para escrever e manifestar-me a respeito de todo e qualquer assunto que entender como sendo necessário. Mas eu realmente não escreverei mais por aqui, nesta rede-social (FB). Porém, não desativarei a conta desta vez, pois poderemos manter contato satisfatório através do bate-papo. Conheci pessoas muito legais por aqui e não quero me afastar delas. Mas eu também compreendo que situações desgastantes devem ser evitadas. E, quando eu era criança, minha mãe me passou uma lição importante. Sempre que eu brincava com um amigo e a pessoa queria o meu brinquedo, eu dava. Minha coroa dizia assim, “quando o amigo pedir, você dá, e se ele quiser todos os brinquedos para ele, dê. Porque assim você não precisa brigar e ganha a chance de escolher com quem você mais gosta de brincar, você entende, meu filho?” Sim, eu entendi. E aplico este ensinamento até hoje em minha vida. Portanto, deixarei de lado a minha linha do tempo, para que o meu hater fique sem ter com quem “brincar”.
E no mais, observo que meu blog é composto de assuntos diversos, tanto de ficção quanto opinativos. E espero que você sinta-se em casa por aqui e tenha a mais absoluta certeza de ser sempre muito bem-vindo. Aliás, é bom que se diga, que de minha parte, sou um ferrenho defensor da pluralidade, do entendimento e da liberdade de pensamento e expressão. Sem muito mais, espero que você divirta-se com os contos. Que tome as crônicas como experiências minhas e não como uma verdade para seguir. E ainda, desejo que você possa ler uma ou outra poesia quando sentir vontade e que volte sempre. Em meu blog não disponibilizo um box para comentários, mas deixo à vista um contato de e-mail. Porém, como já disse anteriormente, sempre que você me enviar uma mensagem através do bate-papo desta rede-social ou um e-mail eu responderei a você, na medida do possível, claro.
Sem mais, desejo um ótimo dia para todos. Muita serenidade e muita sabedoria para lidar com essa nuvem negativa e neurótica que nos acomete. E, para não perder o costume, desejo-lhes, também, um grande abraço, muita sorte e muita luz, sempre!

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