Creio que seja um tempo para
aprendermos a lidar com nosso sentimento de indignação. Em meio a uma pandemia
de proporções mundiais, o presidente que não consegue ser messias, insiste em
dizer que a população deve se expor ao Covid-19. O mesmo afirma que não tem
outra saída. É claro que não tem, pois o presidente prefere cruzar os braços e
chamar o povo para morrer ao invés de tentar preservar a vida dos brasileiros e
tomar alguma atitude sensata. E mesmo com uma postura suicida, consegue
inflamar seus apoiadores. Hoje eu li na internet, o comentário de um
bolsonarista, que dizia trabalhar de segunda a sexta e que o presidente não o
obrigava a fazer isto. Um exemplo de pessoa que não sabe o que diz. Afinal de
contas, se pudesse escolher, certamente não se exporia ao Covid-19. Mas, sem
oportunidades e políticas adequadas, que dependem, sim, do presidente, não tem
o poder de escolha. Diante de tamanha estupidez e crueldade, respiro fundo,
escrevo e faço o possível para manter minha mente e meu corpo sadios. Até porque,
sei que ninguém pode salvar uma nação dela mesma, sem um mandado de interdição psiquiátrica
que remova o presidente.
O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!