Creio que seja um tempo para
aprendermos a lidar com nosso sentimento de indignação. Em meio a uma pandemia
de proporções mundiais, o presidente que não consegue ser messias, insiste em
dizer que a população deve se expor ao Covid-19. O mesmo afirma que não tem
outra saída. É claro que não tem, pois o presidente prefere cruzar os braços e
chamar o povo para morrer ao invés de tentar preservar a vida dos brasileiros e
tomar alguma atitude sensata. E mesmo com uma postura suicida, consegue
inflamar seus apoiadores. Hoje eu li na internet, o comentário de um
bolsonarista, que dizia trabalhar de segunda a sexta e que o presidente não o
obrigava a fazer isto. Um exemplo de pessoa que não sabe o que diz. Afinal de
contas, se pudesse escolher, certamente não se exporia ao Covid-19. Mas, sem
oportunidades e políticas adequadas, que dependem, sim, do presidente, não tem
o poder de escolha. Diante de tamanha estupidez e crueldade, respiro fundo,
escrevo e faço o possível para manter minha mente e meu corpo sadios. Até porque,
sei que ninguém pode salvar uma nação dela mesma, sem um mandado de interdição psiquiátrica
que remova o presidente.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se