A internet
está tomada por milícias virtuais. São neonazistas que chovem na linha do tempo
das pessoas. Acreditam que são soldados. Agridem a todos e não se intimidam
diante de mulheres. É uma constante. E por que eu me irrito com isso? Porque se
a gente encarar o miliciano, ele se caga e depois, o algoritmo cai em cima da gente. Eu me pergunto: plataformas sociais têm condições de lidar com isso de maneira justa? Acho que
não tem. Eu dou um boi pra não entrar em uma briga, mas dou uma boiada pra não
sair. O Ciro disse que não dá pra dar mole pra fascista. Que não é com
delicadeza que vamos vencer esse tipo de ideologia. Eu acho que ele está certo.
Tem que baixar o sarrafo mesmo.
Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser