Em meio ao frio outonal que
descortina o gelo seguinte e invernal, ganho fôlego para
escrever este breve texto. Antes, porém, tomo providência e acompanho-me
de um café bem forte e, sem nenhuma vergonha, mergulho em um texto cativante. São três volumes de uma mesma obra, intitulada: Poetas Românticos Brasileiros. A compilação é um espetáculo em todos os
sentidos e está cheia de ótimos autores como: Casemiro de Abreu e Alvares de
Azevedo, entre tantos outros. A montagem é de 1963 e suas páginas
amareladas exalam o cheiro da literatura atemporal. O livro é iniciativa
composta e impressa na Gráfica e Editora Minox Ltda (Jabaquara – São Paulo) e
tem a edição da Livraria e Editora Logos Ltda para a Livraria do Centro (São
Paulo). Sem delongas, achei uma obra fenomenal
e indico aqui no blog para os amantes da literatura clássica nacional.
Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v...