Olhava pela luneta. Controlava a
respiração. Mantinha seu dedo posicionado. Sentia o vento que tocava seu rosto.
Sem pressa. Os batimentos cardíacos bem compassados. Corpo relaxado. Mente concentrada.
Os segundos transcorriam. O alvo entrou na mira. A bala viajou com perfeição. De um lado a cabeça. O corpo do outro. A decapitação era sua assinatura. Montou
em sua mula. Acomodou o rifle. Bolou um palheiro para o caminho e sumiu em meio
à mata. Bem do jeito que tinha de ser.
O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!