Você vai dizer que escrevemos em Língua
Portuguesa. Mas, escrevemos em Língua Português do Brasil. Ipanema, é uma
palavra de origem Tupi-Gurani. Refere-se a um lugar que não seria o melhor para
se viver. É linda. Mas, existiam lugares com maior oferta de alimento e
recursos naturais em nosso país quando somente os ameríndios ocupavam tal
espaço geográfico. Língua é poder. A palavra é a articulação da razão. É tempo
e espaço. Contexto. Nação.
Não nos demos conta de que nossa Língua possui
palavras de origem africana também. Fubá, farinha feita com milho ou arroz. Pois
é. Somos a soma de muito e muitos. Digo que revisar um texto é como
embrenhar-se na profissão de aprender. Ora, pois, disse um anjo, um dia, “se
vais guardar a Língua, ponho em vós, todo apreço e admiração”. Eu penso em trechos
que nem sempre tenho modo para transcrever. As palavras, conforme elas migram
de idioma, encontram dificuldades. Porém, há beleza até mesmo no sofrimento de
ansiar pelo melhor.
Esta conversa que parece meio que sem um
norte, fora o modo como consegui transgredir o usual e falar sobre uma luta. Eu
falo de uma vida inteira. Proteger a Língua é como dizer ao cidadão: está livre
e será amado. Somos muitos em mesma busca, a de vocabular nossa transcrição com
o maior cuidado para mantermos sua ordem gramatical. Queremos a preservação de
sua alma. A língua é o povo. E servir ao povo é a nossa maior obrigação.