A blogosfera é a minha casa, desde
quando comecei a escrever na internet. Já passei por muitos lugares, mas é aqui
que me sinto bem. É meu refúgio. É para onde sempre volto, quando me sinto
sufocado pela loucura do mundo. Um lugar onde a literatura e as nossas opiniões
são construídas em um texto que necessita de desenvolvimento e tem um objetivo
produtivo. Gosto de escrever aqui. O que a gente posta não se mistura com o que
os outros estão falando. E, principalmente, enquanto pessoa que escreve, tenho
liberdade e alternativas para classificar meus textos de um modo que possa me
expressar como um criador de histórias e um pensador. Tive experiências em
diversas redes-sociais e não avalio nenhuma delas como positiva. Antes de tudo,
quero ter o controle da situação, pois, meus textos e minhas ideias não são
motivadas por guerras ilusórias e palavras desprezíveis à toa. Escrever é um
ato revolucionário. Porém, para que este ato se torne arte, é preciso estar
longe da banalização da barbárie e da manipulação.
Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser