A blogosfera é a minha casa, desde
quando comecei a escrever na internet. Já passei por muitos lugares, mas é aqui
que me sinto bem. É meu refúgio. É para onde sempre volto, quando me sinto
sufocado pela loucura do mundo. Um lugar onde a literatura e as nossas opiniões
são construídas em um texto que necessita de desenvolvimento e tem um objetivo
produtivo. Gosto de escrever aqui. O que a gente posta não se mistura com o que
os outros estão falando. E, principalmente, enquanto pessoa que escreve, tenho
liberdade e alternativas para classificar meus textos de um modo que possa me
expressar como um criador de histórias e um pensador. Tive experiências em
diversas redes-sociais e não avalio nenhuma delas como positiva. Antes de tudo,
quero ter o controle da situação, pois, meus textos e minhas ideias não são
motivadas por guerras ilusórias e palavras desprezíveis à toa. Escrever é um
ato revolucionário. Porém, para que este ato se torne arte, é preciso estar
longe da banalização da barbárie e da manipulação.
Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v...