Chegou o momento de encarar a
realidade. União pressupõe pautas definidas. Não muitas. É preciso uma
organização real. Ela tem de surgir de maneira viva. Tem de ser exercida
através do Biopoder. Vivemos o tempo da Biopolítica. E a tática precisa ser de
guerrilha. Não adianta ver filmes de combate à ditadura e se emocionar. Nem é
relevante olhar fotos da época sem compreender que havia um combate corpo a
corpo. Este duelo tem de existir no campo das ideias. Precisa acontecer junto
ao militante bolsonarista, quando ele comenta, quando ele posta, quando ele vai
para a rua. Um olhando nas fuças do outro. Portanto, o comportamento precisa
ser de matilha. Mas, para tanto, é preciso um líder que tenha um posicionamento
claro e que saiba fazer Biopolítica. Não dá para exercer Biopoder, com medo
de confronto.
Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser