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Um bom chá


Escrevo esta crônica, com o intuito de buscar um tanto de leveza. O mundo é um lugar louco. Sabemos das injustiças e atrocidades que desfilam por ele. Mas, em alguns momentos, também temos de falar em coisas boas. E o hábito de tomar um chá, é uma destas coisas legais que estão em minha vida. Gosto de consumir a bebida no momento de escrever, ler, pensar. Tenho infinitas receitas. A de hoje, é feita com casca de laranja e dentes de alho. Ao meu gosto, quatro colheres bem cheias de açúcar. Sim, eu prefiro chá bem doce. E convido você que lê este texto a servir-se.
A gente tem entrado em um estado de luta quase irracional nos últimos tempos. Falando com alguns amigos, é assunto recorrente. A polarização política nos colocou em uma condição de alerta constante. Ideologias e opiniões são conjuntamente a essência de uma disputa eleitoreira. Eu não sei você, mas, eu, quando me enclausuro aqui no blog, sinto que vou relaxando aos poucos e começo a clarear as ideias. Creio que isto não seja apenas uma sensação, mas um fato. Talvez, aconteça o mesmo contigo.
Ora, mas você disse que ia fazer um texto falando de leveza, muitos podem pensar. Bem, digo que a tomada de consciência é importante para nossa leveza. Chega um momento, em que a gente precisa ter um tempo livre, sem cobrança, sem alertas, sem estímulo. É o momento de colocar os neurônios a conversar para depois perceber em nosso corpo o resultado de uma atitude lúcida.
Portanto, o que o sabor do chá me trouxe foi muito mais do que o gosto da laranja, do alho e do açúcar. O que está latente em meu paladar e em minhas ideias é que o hábito de tomar um chá é uma das melhores coisas que eu poderia desejar em minha vida. É um ato revolucionário, um momento extremamente sublime em dias como os de hoje.
Temos de escolher melhor. É neste tipo de revolução que estou falando. Sim, eu me revolto, quando tomo um bom chá aqui no blog. Em momentos assim, me lembro daquelas escolinhas chamadas de Brizoletas. Passei boa parte de minha vida, em meio aos campos nativos. Lembro-me de apostar carreira com meus amigos entre uma Brizoleta e outra e depois, tomar chá e comer bolacha caseira. Acho que preciso tomar mais chá e me lembrar da minha infância todo dia.

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