Quando a gente exclui a opção de comentar
e oferece um Box de e-mail, colocamos o nosso odioso dentro de uma jaula com
arapuca. Porque para comentar, é preciso entregar um dado pessoal importante.
Além de tudo, sem uma vitrine em que possa se exibir, o seu ataque não surte o
efeito desejado e o prazer não vem. É uma tática tão inteligente, que mata o
algoz do jeito certo: fazendo com que passe muita raiva e envenene-se com o
próprio ódio.
Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser