Quando o Dick foi trancado naquele
quarto, conseguíamos ouvir seus gritos. Ninguém podia fazer nada por ele. O sequestrador
carregava uma marreta em suas mãos. Não sabíamos ao certo o que acontecia. O fato
é que estamos presos aqui há dias. Acho que é uma fábrica abandonada. Somos quatro
pessoas e todos estamos baleados em uma de nossas pernas. Não temos noção de
quanto tempo ficaremos vivos. Tento ajudar aos demais, mas não sei como. Já não
tenho mais esperanças em voltar para casa e ver minha família. Então escrevo
esta carta de despedida, talvez, a polícia ou alguém descubra o nosso paradeiro
um dia e compreenda o que aconteceu com a gente.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se