Sou um sujeito deslocado no mundo
atual. Sou do tempo em que a gente ia até a casa dos amigos para falar com
eles. Passei pela revolução do telefone em um tempo em que a gente ligava para
falar com quem gostávamos. Depois chegaram os celulares e as mensagens de texto
e era comum enviar algo do tipo, “como vai?”. As coisas foram mudando e
chegamos ao ápice da tecnologia em que se pode comunicar facilmente com
qualquer um através de várias formas. Porém, hoje em dia, não temos mais uma
relação direta, estamos na era dos “contatos”. Quando penso um pouco sobre isso
me dou conta de que no século XXI a vida do outro não tem valor e tal conceito se reafirma na
pandemia de Covid-19. É bem verdade que tudo isso começou muito tempo atrás. Enfim,
vejo a chegada do futuro e assisto ao crescimento da indiferença. Até por que,
hoje em dia, quem fala sozinho não precisa ir ao psicólogo. A sociedade do
cansaço é real. Não por nada, eu falo sobre interação e o mundo pensa em
autoestima.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se