Quando um artista assume-se como
operário, muda seu posicionamento e começa vender a maior parte do que ele
produz: muita coisa muda. A despensa enche, as contas ficam em dia, o coração
sossega e a alma se fortalece. Os dias se tornam melhores, o sol fica mais
quente, a chuva ganha uma aparência leve e tudo se transforma em algo mais
terno e mais profundo. O caminho floresce, a inquietação some e o silêncio
liberta.
O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!