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Mostrando postagens de novembro, 2020

E não é?

esgotamento não é progresso felicidade não é consumismo liberdade não é uma dívida impagável e aposentadoria não é um plano para o sobrenatural

O rei da cocada

Esta é uma expressão antiga. Quando eu era criança, a gente chamava de “rei da cocada” para quem tinha o poder de tomar uma decisão que influenciaria na vida de muita gente. O tempo passou, estou mais velho do que nunca, e não sei mais como se chama, na gíria, quem possui tal status e poderio. Por isso, peço para que você aplique a minha expressão, “rei da cocada”, de acordo com a denominação moderna que você conhece. Sim, preciso de sua ajuda, leitor, e, desde já, agradeço pela sua empatia. O fato é que estamos perto de completar um ano em um disfarçado combate ao Covid-19. E o que mais se vê é negacionismo, mortes desnecessárias, piadas idiotas, crise econômica em grande escala e uma imensa má vontade em combater a pandemia. Este tipo de posicionamento por parte de quem se pode chamar de “rei da cocada” continua inflamando muita gente a minimizar nossa cruel realidade. Os hospitais estão cheios e muitas pessoas que conheço estão infectadas, sem falar nas que morreram. Fico me per

Eu e a alquimia

A alquimia levou-me para um mundo muito mais hermético e estável. Entreguei-me de corpo e alma em meu propósito e apliquei-me na construção de minha grande obra. Aprendi a ler ainda mais do que já lia. Desvendei muitos segredos universais que eu nem ao menos imaginava que pudessem existir. Tomei consciência do poder de minha mente. Entendi a questão do livre-arbítrio com maior aceitação e precisão. Vi na natureza o exemplo da harmonia. Passei a observar o mundo com olhos que são realmente meus, embora lapidados com base em muita dedicação e humildade. Tornei-me alguém próximo do labor recluso e assumi a vida de eremita. Uma escolha que tive de abraçar para seguir meu caminho. Gosto da alquimia porque me proporciona a oportunidade de anotar sobre meus estudos e experiências. Hoje, tenho a impressão de que minha casa divide-se entre um oratório e um laboratório. Mantenho-me focado no que posso trabalhar e me sinto mais resiliente em relação ao que tenho de aceitar. Atualmente, identifico

Um dia de calmaria

Há tempo que não tinha uma tarde assim. Não ouço barulho algum. Sinto como se o silêncio houvesse tomado conta de tudo e todos. Nem mesmo os pássaros cantam. O sol está tímido. O vento também não ressoa. Não sei o que pensar a respeito deste momento. Não sei ao certo qual é a razão para um dia tão pacífico. Será um dia de tristeza? Um dia de preguiça? Talvez, um dia de reflexão coletiva? Não sei. Realmente não sei. O fato é que estou escrevendo um pouco. Aproveitando este instante para calejar a ponta de meus dedos. Sinto conforto em meu coração. Minha alma está regenerada. É como se alcançasse um estado de equilíbrio muito próximo do nirvana. Tenho tentado viver com esperança e sabedoria. Aos poucos fui conseguindo lidar com o caos em minha volta. E, hoje, percebo este silêncio como parte de minha caminhada. E, particularmente falando, o interpreto como sendo a colheita de um plantio árduo que venho fazendo. Sinto que, aos poucos, estou salvando-me da loucura, da dor, do aborrecimento