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É 2021

Não alimento mais plataformas com posicionamentos arbitrários, duvidosos e reacionários. É uma convicção que tenho. Muita gente me diz que vou perder amigos e contatos profissionais por conta desta decisão. Mas, eu não acredito nisso. Amigos e contatos sabem onde podem me encontrar. Após anos e anos sendo massacrado por algoritmos desleais, resolvi excluir tais plataformas e operar onde sou tratado de acordo com o que me cabe. Afinal de contas, depois de um baú cheio de publicações e serviços editoriais prestados, creio que devo levar tal situação em conta. Cansei de algoritmos incapazes de identificar o que é um trabalho artístico e o que é um comportamento nocivo. Portanto, em 2021 pretendo manter este blog, e meu perfil no Recanto das Letras, atualizados. Sejam bem-vindos. Um grande abraço, sorte, luz e literatura, sempre!

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Território fértil e livre

O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se

Acordo todo dia no mesmo mundo cão

Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v

Livre feito palavra

Quero sentir o vento em meu rosto Ouvir os pássaros Sentar embaixo de uma árvore e trocar ideias   Sou filho da contramão E me criei na calçada   A vida é um pingo de paz Um raio de sol E um punhado de linhas anotadas   Sou livre feito palavra E da vida Não quero mais nada