O Facebook é a empresa mais cínica e
perversa que eu conheço. Por quê? Simplesmente porque ou a gente concorda com sua
política ou não tem acordo. É impossível esperar bom senso ou limite por parte
do “voyeur azulzinho” e seus algoritmos nada sociáveis ou éticos. Contudo, não
contava com arrego por parte dos mesmos, que representam o sistema faminto por
nossas almas. Eu confiava mesmo era que os usuários de internet fossem menos
narcisistas e mais inteligentes, já que se consideram livres. Os blogs estão
esquecidos pela maioria, os e-mails não são acessados e o vício em si mesmo é
algo que equiparo com a dependência em crack. Não se escreve e tampouco se
compreende 140 caracteres. O resultado é tremendo. A literatura, o conhecimento
e o saber perdem espaço. De um lado temos o estupro da mente e o jogo duplo
consentido por parte do usuário. Na direção oposta, o hermetismo. Eu prefiro o
hermetismo. Afinal de contas, “os lábios estão fechados, exceto aos ouvidos do
entendimento”, tal qual em Caibalion. E, mesmo diante de uma visão aterradora
para toda humanidade, sinto-me reconfortado em dobro a partir do momento em que
tenho consciência de que Charles Bukowski avisou, “a multidão sempre estará
errada”.
O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!