Eu tenho a impressão de que o único
caminho é viver isolado. Isso pode parecer um tanto triste. Em certa instância
deve ser. Porém, o que identificamos como sendo triste precisa ser transformado
em algo melhor. É necessário trilhar outro caminho. E fazer tudo diferente.
Inverter o ângulo das coisas. Falando do coletivo, não temos o menor senso de
coletividade. Não ligamos para os demais. Somos uma sociedade que se relaciona
através de interesses. Ok. O mundo é de trocas. Só que precisamos de muito
mais. Temos de dividir a vida com empatia. Criamos fábricas para tudo. Nos tornamos consumistas. Levianos
com a natureza. As pessoas estão morrendo de Covid-19 e a esmagadora maioria
não age como quem se importa. Não ficamos em casa e tiramos fotos em
aglomerações o tempo todo. Que saco! E mais uma vez, vou desenhar a frase: sim,
todo mundo tem de trabalhar e todo mundo pode pedir a pizza pela tele-entrega.
Enquanto sociedade, desenvolvemos ojeriza em relação aos sistemas socialista e
comunista. Eu pergunto, o capitalismo deu certo? Acho que vivemos um tempo em
que precisamos de outro sistema para que possamos nos organizar com mais
eficiência. Creio que carecemos do humanismo. E caso não possamos desenvolver
uma era humanista devemos seguir no sentido do isolamento e do hermetismo. A tecnologia que sempre ajudou o homem
tornou-se um inimigo. Sim. Inventamos algo chamado Inteligência Artificial. Um
bagulho irritante. E que age como um feitor. Uma espécie de moderador que está
acima do usuário e que usa o seu poder com tirania para mostrar quem é que dá
as cartas. Temos telefones enormes que não cabem mais em nossos bolsos com
ícones minúsculos praticamente sobrepostos uns aos outros. Estamos em uma
situação incomunicável. E se você cair na conversa de que vai usar um
aplicativo para gerar ganho de tempo e poder condensar todos os seus canais de
comunicação no mesmo lugar: você vai automaticamente perceber que o resultado
não é o esperado. Nada é de graça, alguém pode dizer. E o que é funcional
atualmente? E principalmente, por que Mark Zuckerberg monopolizou tudo? Ao que
me parece, não importa o que se faça, alugamos o mundo para o azulzinho e
ninguém mais pode escolher. Enfim, acho que já escrevi bastante. Minha intenção
era fazer uma crônica bem menor do que esta. E espero que minha reflexão não
soe amarga ou triste. Afinal de contas, acho que podemos transformar este texto
em algo melhor.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se