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O jarro

Creio que o saber não é algo para trazer superioridade pessoal, mas para acarretar crescimento coletivo. O que temos de compreender, na minha visão, é que um jarro cheio de água pode ser usado para matar a sede ou para atingir a cabeça de alguém. O problema não é o jarro, mas quem se senta em sua volta. E assim acontece com o conhecimento e com tudo que nos cerca. A consciência impõe responsabilidade e formar estruturas de pensamento sem nenhuma base científica é mais difícil do que a partir dos conceitos. Falo de conceitos porque, enquanto seres que usam a fala e a escrita para a própria expressão, necessitamos nomear as coisas e dar sentido ao que expomos para localizarmos nosso interlocutor no momento do debate. É por isso que usar o jarro de maneira correta é sempre mais importante do que ensinar ou aprender. O todo é o mundo e não somente os que estão perto da gente. Portanto, os demais contam com a estruturação universal da comunicação para interpretar o que recebem e expor o que pensam. O entendimento precisa de um código e de uma mensagem. Está aí o jarro com água e os que se sentam a sua volta que não me deixam mentir.

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