Acredito que é preciso desenvolver uma
cosmovisão do todo. Então, imagine-se dentro de uma fenda rochosa. E que você
está reunido com seu clã e se sente em segurança. Todos estão ao redor da
fogueira enquanto a fumaça e o calor do fogo transformam a carne para ser
consumida e armazenada. É uma boa quantidade de carne que será somada ao tanto
de frutas e raízes coletadas. Algumas frutas e raízes serão consumidas
imediatamente e a maioria delas serão desidratadas e preparadas de várias
maneiras também pela fumaça e o calor do fogo. O que rege sua vida não é o
capital, mas a natureza. Ela é o único governante. Um governante que se
manifesta através do som e da energia que emana. Essa energia é o raio. O raio
que se mostra no céu e que ao tocar o chão produz fogo. A única energia
disponível. Pense que embora você tenha domínio sobre o fogo e possa fazer com que
o mesmo se torne presente em diferentes lugares, dentro ou fora da caverna,
você entende que não pode fazer uma fogueira no alto do céu. É uma noite fria.
Está chovendo. Você vê a luz da fogueira dentro da caverna e mesmo sabendo que
o fogo apaga embaixo da chuva, você também compreende que a chuva não pode
apagar o fogo que se mostra em forma de raio lá no alto do céu e tampouco a
fogueira dentro da caverna. Enfim, tudo parte do raio que está no céu e toca a
terra. E se você pensar um pouco vai compreender tudo que importa.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se