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Escrevendo enquanto o tempo passa

Sinto necessidade de ler, pensar e escrever ao mesmo tempo em que tenho olhos para ver e um coração para sentir. A escrita é o melhor modo que encontro para me expressar. A linha de raciocínio que precede o texto é o que cabe em meu dia como exercício de purificação mental e espiritual.

Posso dizer que quando era criança tinha cadernos escondidos em meu quarto nos quais anotava minhas inquietações, meus poemas, minhas crônicas, meus contos fantásticos. Conforme fui crescendo concedi aos meus cadernos o status de arquivo para meus conflitos e minha imaginação. O caderno me acompanha desde sempre e necessito dele até hoje para não me perder enquanto indivíduo.

Reservo meu dia em pequenas anotações. Tento me organizar de maneira que possa fazer o que me toca sem que isso me torne um escravo do tempo e que permita expressar-me. Anotar o que vejo e o que sinto, o que chega até meus ouvidos e o que leio, faz parte de minha maneira de identificar minhas leituras e estabelecer ligações com o que me apanha e me cerca.

Acho que um humano precisa encontrar uma maneira de manter-se vivo e sadio em meio ao mundo. E escrever foi o modo com que me adaptei e me senti forte para prosseguir respirando e pensando. É um ato revolucionário que me salvou do que sentia e do que viva e via. É assim até hoje e pelo que percebo será assim para sempre. Afinal de contas, um bom enredo é o melhor modo de dialogar com o mundo. E dentro do mundo moderno, considero meu blog, o melhor espaço para discorrer enquanto o tempo passa.

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Estou em paz

Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser

O contato

O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!

Vida real

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