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03 de julho


Acordei cedo. Era o dia de tomar a primeira dose da OXFORD contra a Covid-19. Um dos dias mais esperados há mais de um ano. Achei que tal data não chegaria. Já não tinha mais esperanças de me vacinar em 2021. Mas, felizmente, consegui. Creio que posso considerar esta data como uma das mais importantes de minha vida. Saí de casa sentindo um monte de coisas. Sentindo que havia esperança no ar. Andando pela rua deserta, tinha de me controlar para não começar a correr, tamanha a ansiedade em chegar ao local da vacinação. Uma distância de 3 km. Em 30 minutos de caminhada, cheguei ao local. A fila já tinha três quarteirões. Plantei-me ali e olhei para o céu, “obrigado”, pensei, enquanto agradecia ao cosmo. Esperei um bom tempo até chegar minha vez. Foi muito tranquilo. Não senti a picada. Eu me sentia tão feliz, mas tão feliz, que minha vontade era gritar. Enquanto passava pelas pessoas na fila de vacinação percebia que me olhavam. Acho que pensavam algo. Não sei o que exatamente. Eu sorria, com meu rosto coberto pela máscara, eu sorria. Senti que meus olhos estavam marejados. Mas, segurei as lágrimas. Enquanto caminhava pela rua, sentia como se houvesse tirado uma tonelada de minhas costas. Em 30 minutos estava de volta. Sentei em minha poltrona e pensei, “em 23 de setembro faço a segunda dose”. Não senti nenhuma reação adversa. E me sinto mais forte para seguir meu caminho, pois tenho a mais absoluta certeza de que todo esforço até aqui valeu a pena. A vida não tem preço. E a esperança, também não tem.

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