Viver em um mundo controlado por
robôs é um saco. Não tem nada pior do que a falta de privacidade e a companhia
incessante de um perfilador. Ao menos em minha ótica. Tenho 43 anos e escrevo
desde criança. E sempre aprendi com escritores mais renomados do que eu que
escrever ficção não tem compromisso com verdades ou mentiras. Fui treinado para
escrever com toda força que tenho em meu âmago. A literatura para mim não é
limitante. Ao contrário, é libertadora. Acho que a pessoa que vive presa em uma
coleira acaba enlouquecendo. E quando comecei a escrever eu me amarrei na
possibilidade de romper com a realidade. Com o certo e o errado. Sou um homem
honesto. Sou trabalhador. Sou ético. Mas, quando eu escrevo, não tenho
compromisso com o homem que me habita e, tampouco com os robôs que me cercam,
pois no momento de escrever, sou fiel à literatura e nada mais.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se