Em meu modo de ver, a paciência é uma virtude a ser desenvolvida. Entendo que o tempo e o universo são extremamente afeiçoados a ela. Penso que existe uma ordem natural que vibra por sua própria vontade. Em meu parco conhecimento, nomeio a mesma, como sendo a energia vital. E, desde que tive conhecimento das sete leis universais — que garantem que tudo vibra —, entendi que nada é estático e que toda e qualquer condição vai se alterando naturalmente. Dentro de tantas experiências, no campo do exercício da paciência, destaco o feitio de essências que fornecem nutrientes para o solo e as plantas, porque tal labuta acaba despertando ótimas virtudes durante sua prática. A espera pela fermentação e todo ciclo evolutivo das essências, são momentos nos quais se entende que todo processo tem seu tempo, seu modo e seu período. E, por isso, estou tão achegado com a paciência. A alquimia tem me ensinado que os planos do homem, não estão acima da vibração do universo.
Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v...