A maioria dos indivíduos com quem
falei nos últimos tempos têm uma queixa em comum: a exaustão. E, depois de
ouvir cada um dos amigos, fui convocado a dar minha opinião sobre o assunto. Em
especial, queriam que falasse como faço para manter-me mentalmente sadio.
Expliquei que evito debater ideias com quem não alimenta seu raciocínio com
base na lógica e que não perco meu tempo com situações tóxicas.
Obviamente que não desisti de
acreditar em uma sociedade melhor: apenas aprendi que devemos guardar nossas
ideias para mentes e momentos férteis. Creio que círculos herméticos são
ambientes mais favoráveis a todo e qualquer debate, pois são espaços adeptos a conversas
das quais todos saem acrescidos em algum ponto. E, em meu modo de ver, acredito
que a exaustão que a maioria sente está diretamente ligada com a exposição
constante ao pensamento cristalizado e destrutivo. É uma condição de incessante
estresse.
Tenho me achegado aos sábios e todos
eles são unânimes em dizer que vivemos um tempo de evolução pessoal e interior,
porque é mais vantajoso trabalhar o próprio âmago do que pensar em evoluir a
sociedade a partir da mudança alheia. Um detalhe que chama minha atenção é que
nem todos conseguimos negociar com nossas necessidades. É preciso pesar as
decisões e entender que as escolhas também têm seu ônus.
Contudo, não falo como quem dá um
caminho, mas como quem aproveita a vivência do seu próprio caminho e partilha
um fato através de uma crônica. Estou aprendendo a utilizar o silêncio como estratégia
e o afastamento como liberdade individual. Afinal, quando percebo um
posicionamento tóxico, economizo minha força vital e não coopero com a condição
instaurada.
Acho que o céu sobre nossas cabeças
está diferente. Entendo que vivemos um momento de reengenharia interior que
ultrapassa nossa aura e se materializa em nossas atitudes cotidianas. Mudar
nossas convicções e buscas me parece fundamental para mantermos a sanidade
mental dentro deste novo mundo que se apresenta para cada um de nós.