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Passei um mês em meio à natureza

Embrenhei-me em uma ilha de mata ao pé de um riacho. Fiquei lá, na paz, olhando o horizonte e o céu, as estrelas, a lua, as borboletas, os pássaros e as coisas mais simples da vida. Sem chateações, sem internet, sem linha telefônica, sem horários definidos para comer ou dormir. Sem me preocupar com dinheiro. É uma oportunidade que se desvenda em minha vida há algum tempo e que faz parte de um projeto que envolve a formação de uma agrofloresta. Estou juntando tudo que há de bom na vida. Instalei meu minhocário em tal espaço e semeei todo tipo de semente frutífera nativa da minha região pelo lugar e confio que o tempo dará conta de tudo. Quero implementar uma horta gigantesca e viver com um pouco mais de liberdade e sossego a cada dia. O mundo moderno não me atrai. Já tem um tempo que passo a maior parte de meus dias envolvido neste projeto que trato como sendo minha aposentadoria e começo a vê-lo tomar a forma que gostaria que tivesse quando o idealizei ainda nos meus tempos de universitário. Acho que vale a pena apostar em uma vida mais tranquila, minimalista e natural. Quero um corpo, uma mente e um espírito sadios, quero um futuro sustentável e fim de papo.

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O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se

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Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v

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Chamar atenção é a cultura do momento. Muita gente se perde enquanto tenta angariar popularidade. Antigamente, costumava escrever histórias em canais de comunicação em que o texto e a reflexão não eram a prioridade. Levei um certo tempo para alcançar que estava deslocado e aceitar que frequentava o espaço errado. E durante muitos dias de minha vida fiquei sem entender algumas reações em minha volta. Embora formado em comunicação social sempre achei que os textos e os contextos eram autoexplicativos. Porém, me enganei. E quando me dei conta disso comecei a pensar em todos os dados que tinha enquanto editor de livros. Lá pelas tantas tive de dar o braço a torcer e entendi que não temos 5% de pessoas capazes de identificar o que é ficção e o que é realidade. Claro que um país que lê tão pouco não está preparado para debater e entender muita coisa. Contudo, a partir do momento em que parti para publicações manuais e passei a veicular minhas obras no meu tapetão de andarilho tudo mudou. Fiq