Embrenhei-me em uma ilha de mata ao
pé de um riacho. Fiquei lá, na paz, olhando o horizonte e o céu, as estrelas, a
lua, as borboletas, os pássaros e as coisas mais simples da vida. Sem chateações,
sem internet, sem linha telefônica, sem horários definidos para comer ou dormir.
Sem me preocupar com dinheiro. É uma oportunidade que se desvenda em minha vida
há algum tempo e que faz parte de um projeto que envolve a formação de uma
agrofloresta. Estou juntando tudo que há de bom na vida. Instalei meu
minhocário em tal espaço e semeei todo tipo de semente frutífera nativa da
minha região pelo lugar e confio que o tempo dará conta de tudo. Quero implementar
uma horta gigantesca e viver com um pouco mais de liberdade e sossego a cada
dia. O mundo moderno não me atrai. Já tem um tempo que passo a maior parte de
meus dias envolvido neste projeto que trato como sendo minha aposentadoria e
começo a vê-lo tomar a forma que gostaria que tivesse quando o idealizei ainda
nos meus tempos de universitário. Acho que vale a pena apostar em uma vida mais
tranquila, minimalista e natural. Quero um corpo, uma mente e um espírito
sadios, quero um futuro sustentável e fim de papo.
O serviço começou com o enterro do contato. Quem entregou o dinheiro nunca voltou para casa. E o atirador deu um cuspe em cima da terra que usou para cobrir o corpo. Quem pagou não falou com ele. E quem foi fichado em sua caderneta não sonhou de noite. Uma bala. A cabeça de um lado. E o corpo do outro. Como sempre!