Pular para o conteúdo principal

Aprender e ensinar são ocupações para toda vida

Esta crônica é a de número 200 aqui no blog. Nos últimos tempos tenho centralizado minhas postagens neste canal e me alegra perceber que existe uma boa quantidade de conteúdo postado. Espero que esta plataforma nunca se torne obsoleta e que eu possa manter este espaço com o máximo de textos ao longo da vida. Tenho curiosidade, inclusive, de saber quantos conseguirei postar até o fim de minha jornada neste planeta.

E, após uma breve abertura, vamos ao assunto do dia. É bem verdade, que aprender e ensinar são ocupações para toda vida. Explico a situação. O saber é respectivo a tudo. Compreende desde as tarefas mais simples até as mais complexas. É preciso tempo tanto para aprender quanto para ensinar. Ninguém aprende nada e ninguém ensina nada enquanto se passa em alta velocidade pelas lições.

Para lavar a louça, existe um método e vários detalhes. Para pintar uma casa, igualmente. Para cortar uma grama. Para varrer o chão. Para confeccionar um livro. Para plantar uma horta. Portanto, para tudo existe um método e vários detalhes. E dentro deste texto a palavra método e a palavra detalhe dizem respeito à palavra lição e, também, tem ligação direta com a palavra tempo ou disponibilidade de tempo. É isto que se precisa aprender e ensinar ao longo de toda a vida. Porque não existe essa de que se pode aprender tudo ou ensinar tudo em um curto período de tempo.

É por isso que o aluno e o mestre vivem das suas próprias trocas, embora o mestre tenha um cronograma de ensino, tal plano se ajusta durante o tempo. Um não é mais importante do que o outro, pois os dois se complementam ao longo da partilha de vivência entre as partes. Então, é preciso entender que a gente tem conhecimento diferente em relação ao outro, mas tal situação não impede que exista um acréscimo de saberes entre os envolvidos no processo.

Deste modo, me parece interessante dizer que o engenheiro que sabe muito a respeito de engenharia tem muito para aprender com o pedreiro que coloca a mão na massa e realiza o trabalho pesado. E tal exemplo cabe para qualquer especialidade ou mesmo situação do cotidiano. Creia em mim, leitor, é muito provável que seja necessário em primeiro lugar aprender a segurar uma ferramenta antes de usá-la. É uma situação de equidade que vale para o lápis do engenheiro e para a colher do pedreiro.

Enfim, enrolar uma extensão é passível de lição. Fazer um roçado, também. Viver se resume a trocar. É por isso que se morre e não se aprende tudo e não se ensina tudo. E o que fica latente em minha mente depois de escrever tal texto é muito simples: só a humildade e o conhecimento podem elevar a nossa sabedoria em relação a tudo que nos cerca e nos é necessário. E no mais, aquele abraço, sorte e luz, sempre!

Postagens mais visitadas deste blog

Território fértil e livre

O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se

Acordo todo dia no mesmo mundo cão

Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v

Existe um desespero evidente

Chamar atenção é a cultura do momento. Muita gente se perde enquanto tenta angariar popularidade. Antigamente, costumava escrever histórias em canais de comunicação em que o texto e a reflexão não eram a prioridade. Levei um certo tempo para alcançar que estava deslocado e aceitar que frequentava o espaço errado. E durante muitos dias de minha vida fiquei sem entender algumas reações em minha volta. Embora formado em comunicação social sempre achei que os textos e os contextos eram autoexplicativos. Porém, me enganei. E quando me dei conta disso comecei a pensar em todos os dados que tinha enquanto editor de livros. Lá pelas tantas tive de dar o braço a torcer e entendi que não temos 5% de pessoas capazes de identificar o que é ficção e o que é realidade. Claro que um país que lê tão pouco não está preparado para debater e entender muita coisa. Contudo, a partir do momento em que parti para publicações manuais e passei a veicular minhas obras no meu tapetão de andarilho tudo mudou. Fiq