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Faz um bom tempo que escrevo em cadernos

É um hábito que tenho desde os tempos de criança. Gosto de ter certa privacidade. É por isso que costumo criar códigos e usá-los para garantir que meus textos não serão desvendados sem meu consentimento. Sou avesso a invasões e não permito que nada e nem ninguém me vigie ou me controle. Costumo dizer que sempre tive um coração selvagem para governar a minha mente. E tenho a mais absoluta certeza de que isso é extremamente positivo em minha vida. Eu nunca me submeti ao mundo como ele é e preferi uma vida integrada com a natureza e a liberdade. Enquanto artista tenho ideia de que o meu trabalho tem valor. E tenho comigo uma máxima: você compra, lê e depois você tem o direito de gostar ou não. Não sou do tipo que acha que popularidade põe a mesa. E creio que expressar meus escritos em publicações (artesanais ou não) é um grande feito. Não acho que um autor deva expor o seu trabalho de maneira gratuita em demasia. Afinal, se tudo é pago, que o meu texto seja comprado também. Você não vê um pintor pintando uma casa e mostrando aos demais para depois receber críticas ou elogios, pois o pintor trabalha por dinheiro. Eu faço o mesmo. Como disse anteriormente, escrever é o meu trabalho e para que eu pudesse colocar alguns trocados em meu bolso com minha arte eu tive de criar esta regra: antes de criticar, tem de comprar e ler. E é por isso que sou avesso ao presente momento em que todos expõem sua arte em todo lugar sem ganhar nem mesmo um centavo por isso. Abandonei inclusive as redes sociais por conta disso, entre a manipulação do algoritmo e o entusiasmo de quem não contava em nada, mas se via como homenageado em tudo, entendi que em tal enredo o único bobo era eu. Estou há um ano sem redes sociais e afirmo piamente que jamais voltarei para elas. Não perdi nada com meu afastamento. Apenas ganhei. Estou cheio de conteúdo inédito e recheado de paz interior. E quando volto para casa com minha grana e um caderno atolado de novas experiências e aventuras eu me sinto reconfortado em dobro pela minha decisão. Me sinto pleno. Me sinto livre. Me sinto fazendo o que é certo. Vez ou outra posto alguma coisa aqui em meu blog e quando alguém diz que leu meu post e me achou arrogante eu retruco dizendo que se trata de amor-próprio e profissionalismo. Porém, quando alguém compra e critica, eu não me sinto lesado e simplesmente sigo a vida.

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