Chegou um momento em que senti
necessidade de fazer esta crônica porque o barulho que instaurou-se em minha mente
era alto demais para permanecer oculto. Posso dizer que tal sensação deu-me a
ideia de que o melhor modo de viver é como uma antena. Captando as melhores
sintonias. Girando a direção do olho e do ouvido para não esbarrar em sinais e ondas
pesadas e desumanas. Acho mais interessante focar a energia no que pode ser
produtivo. É preciso aprender como assimilar. E, também, é necessário encontrar
uma maneira de utilizar o que encontramos pelo caminho. Ainda, creio que o amor
pela sabedoria e o conhecimento podem mudar a nossa individualidade e fazer com
que a gente consiga se tornar um ser humano mais evoluído e aberto para uma
proposta de vida mais saudável emocionalmente falando. Penso que desperdiçar
nossos esforços com longos debates e aflições e raiva não é propício para uma
melhor qualidade de vida e tampouco para nosso desenvolvimento pessoal. Há um
bom tempo assumi uma postura silenciosa por conta de uma empreitada individual.
Fui atrás de conteúdo e de vozes que aliviassem meus martírios e incertezas. Saí
pelo mundo e pela web atrás de mentes que compartilham ideias inclusivas. Achei
uma pá de gente dos mais diferentes confins. E, logo que os achei e tive
contato com suas ideias a minha mente explodiu e imediatamente atrelei uma
infinidade de saberes ao meu pensar e linguagem. Ajuizei, caramba, este é o
caminho. Pois, percebi que as ideias evoluídas de outros passaram a embasar o meu
pensar com mais assertividade e calmaria. Então, dei-me conta de que um dos
maiores segredos da vida é abrir os olhos e ouvidos para as pessoas certas e
encontrei o conforto que tanto busquei. Falo dos que enxergam o futuro com
maior humanidade e satisfação. Eles são muitos. Costumo chamá-los de
semeadores. Aqueles que procuram terras e mentes férteis para ideias coletivas
e humanas. E analisando a situação dei-me conta de que mudar é uma arte. Tememos
o desconhecido, o novo, a transformação. Porém, as épocas mudam, enquanto que o
tempo segue. Creio que a estação é de acomodar-se aonde somos bem-vindos e não devemos
perder a ideia de que receptividade pressupõe inclusão e partilha. Ninguém consegue
mudar uma pessoa apegada em suas certezas. Mas, tenho a mais absoluta fé de que
qualquer um pode habituar-se ao convívio daquele que está disposto a
reconstruir-se e a reconstruir em mutirão. Por fim, acredito que tudo que for
fraterno e sábio tem caráter inclusivo e humano. É o que procuramos enquanto
sociedade. Ao menos é o que permanece latente em meu campo de visão. E de minha
parte, em tal vida de antena, já sei qual tipo de sintonia faz minha cabeça e
meu coração. Acho que o segredo do sossego é mover os braços e manter os olhos
e ouvidos sintonizados nas melhores estações. É aquela coisa, a gente é o que
consome. E replica o que cultiva.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se