Creio que tal estilo musical colabora para que eu encontre as
palavras de maneira mais assertiva. Durante o outono, passo boa parte de meu
dia em meu laboratório. Chapo um fone em meus ouvidos e deixo que a melodia
conduza meus dedos. Acho que com o tempo tudo ganha um significado maior. Talvez,
por conta do momento, que não volta, tenho ideia de aproveitar meus dias como
se cada um deles fosse meu último. Hoje, em especial, saboreio um café e um
tanto de Chopin, ao instante em que me surpreendo voando pela melodia, enquanto
que o cursor corre como um cavalo alado sobre uma imensa planície e tem seu
próprio time. Em torpor, respiro
fundo, guardo o que devo e sigo com o que experimento em busca de mais uma
crônica. E o que sei que craveja meu sentir aqui e agora é a mais bela harmonia
que o dia de hoje poderia me dar.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se