Estou pensando aqui com meus
botões. Ler é um ato de revolução do mesmo modo que escrever também é. Um completa
o outro. A literatura dá luz ao que faz parte dos dramas humanos. Nenhuma inspiração
pode ser maior do que a vida. Acho que em muitos casos a literatura soa
intimidadora porque remexe nas entranhas de quem escreve e de quem lê
igualmente. Aprendi com Dostoiévski que não precisamos enfrentar todos os
nossos monstros de uma só vez. Porém, ler e escrever são hábitos que me cativam
desde sempre e me fizeram mais forte. Mergulho nos textos e me sinto
confortável enquanto penso em tais demônios. Vejo a estética que a literatura
compartilha ao transformar vida em arte como sendo algo primordial para nosso
crescimento pessoal e social. E numa hora destas também penso no velho Bukowski
quando disse que a gente deve encontrar o que amamos e deixar que isso nos
mate. Sei que a literatura me ganhou ainda jovem e me deu o mundo e a vida para
conhecer. Agradeço por isto todos os dias. E quando lembro daquele menino esquelético
e solitário sentado sobre o tronco de uma árvore, lendo ao sol em um dia de
inverno, só consigo pensar em salvação.
O artista que expõe seu trampo na rua tem um retorno enorme. Nos últimos 90 dias fiz um estudo no qual comparei a resposta que tive empregando esforço na internet com o que consegui expondo nas praças. A ideia de fazer tal pesquisa surgiu a partir de um papo com colegas e amigos – um debate muito antigo, recorrente e maçante. Inclusive, me comprometi de apresentar dados e tenho fotos para comprovar minhas constatações. Então, esta semana, cheguei ao veredito. E é claro que o retorno da rua superou o que fora realizado através de postagens. Principalmente quando se compara a medida de esforço para realizar cada um deles em relação ao engajamento, palavra da moda. E, conforme combinado, ontem, concretizei minha despedida on-line. Este era o trato. Se a internet superasse a rua, assumi o compromisso de cessar com o mangueio e vice-versa. É importante registrar, que me propus a realizar tal trabalho porque queria saber outro dado: qual é a disposição do artista para sair a campo com se