É uma edição de 2014 que
está zerada. Então, tive uma ideia. Vou customizar uma capa para este livro.
Acho que vale a pena. Estou falando da obra Memórias
póstumas de Brás Cubas.
[Esse lance de customizar é
um bagulho doido que depois que a gente começa fazer vira mania. Acho que é
algo diferente aos olhos do leitor. Muitos perguntam como tive a ideia de
imortalizar grandes obras literárias. Então eu digo que tem gente que customiza
carros e que eu imortalizo livros e depois eu tento rir de uma maneira
sarcástica. E a minha resposta costuma funcionar e arrancar sorrisos. Acho que
o projeto vai ficar muito legal. Além de tudo, é uma oportunidade para mostrar
um pouco mais do meu trampo. E depois, eu sempre busco demonstrar algum
diferencial em meu trabalho para que bons livros cheguem até as mãos das
pessoas. Portanto, sinto a necessidade em dizer que o Mammalia tem a visão de
imortalizar grandes obras da literatura e agregar valor através de uma segunda
capa que envolve o livro e que costumo definir como sendo uma espécie de “mumificação”
que serve também para proteger a obra.]
Entretanto, voltando ao cerne de toda esta retórica, não posso deixar de comentar que o Machado de Assis é um autor que tem o domínio da palavra como poucas vezes vi. Pois, entendo que nas entrelinhas o Machado deixava muita coisa a se interpretar de maneira crítica. Se a gente pensar um pouco, é notável como tal autor conseguiu criar enredos capazes de abalar as estruturas. Sendo honesto, acho que Machado de Assis era um cara que sabia como colocar o dedo na ferida usando recursos linguísticos formidáveis ao tempo em que criava narrativas profundamente cativantes aos ávidos de coração e que assim como ele, também, são chegados ao nosso Castro Ales. Eu fico imaginando, os dois juntos, bebendo uma xícara de café, ao tempo em que o Machado diz: este café fora cultivado pelos deuses. E o Castro Alves responde: uma bebida com o toque de um rei.