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Sobre o ato de escrever

Uma tarefa solitária. Independente do gênero e do objetivo do texto. Normalmente, não se esgota um assunto em uma única abordagem, apenas explanamos uma visão dentro de um recorte e enredo. Tanto que mesmo depois de tantos anos escrevendo, ainda participo de sessões textuais com o objetivo de refinar tais composições. Faço parte de um grupo hermético de cunho alquímico há muitos anos e sempre que nos reunimos falamos de tudo que compreende tal campo. A arte e a natureza são assuntos recorrentes. É uma maneira de cultivarmos as nossas habilidades. Creio que leituras críticas embasadas e saudáveis são essenciais para nosso crescimento em uma área tão complexa quanto o ato de escrever. Sempre que releio Arthur Schopenhauer me pego a pensar sobre tal assunto. Tanto que em nosso último encontro falamos a respeito da obra, A Arte de Escrever, que apanha tal tema com maestria. Acho que a necessidade de amadurecer o texto é essencial e, atualmente, o imediatismo acaba nos consumindo quando se pensa em refinar cada vez mais a nossa escrita. A velocidade é uma premissa moderna e não é fácil encontrar o ponto de equilíbrio entre as variáveis que mencionei. Claro que é preciso ter em mente que chega um momento em que o texto deve ser considerado pronto. Portanto, tão logo penso em Platão não tenho como deixar de mencionar O Mito da Caverna. Uma obra tão filosófica quanto literária que na minha opinião aproxima saberes com assertividade fantástica. De modo que, para uma pequena crônica como esta, por isto mesmo escrita em um único bloco textual, compreendo que tais questionamentos são compreensíveis. Por fim, em minha visão, o que prevalece é o nosso amor pelo conhecimento, a natureza, a evolução, a escrita e a partilha. 

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