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Sobre o ato de escrever

Uma tarefa solitária. Independente do gênero e do objetivo do texto. Normalmente, não se esgota um assunto em uma única abordagem, apenas explanamos uma visão dentro de um recorte e enredo. Tanto que mesmo depois de tantos anos escrevendo, ainda participo de sessões textuais com o objetivo de refinar tais composições. Faço parte de um grupo hermético de cunho alquímico há muitos anos e sempre que nos reunimos falamos de tudo que compreende tal campo. A arte e a natureza são assuntos recorrentes. É uma maneira de cultivarmos as nossas habilidades. Creio que leituras críticas embasadas e saudáveis são essenciais para nosso crescimento em uma área tão complexa quanto o ato de escrever. Sempre que releio Arthur Schopenhauer me pego a pensar sobre tal assunto. Tanto que em nosso último encontro falamos a respeito da obra, A Arte de Escrever, que apanha tal tema com maestria. Acho que a necessidade de amadurecer o texto é essencial e, atualmente, o imediatismo acaba nos consumindo quando se pensa em refinar cada vez mais a nossa escrita. A velocidade é uma premissa moderna e não é fácil encontrar o ponto de equilíbrio entre as variáveis que mencionei. Claro que é preciso ter em mente que chega um momento em que o texto deve ser considerado pronto. Portanto, tão logo penso em Platão não tenho como deixar de mencionar O Mito da Caverna. Uma obra tão filosófica quanto literária que na minha opinião aproxima saberes com assertividade fantástica. De modo que, para uma pequena crônica como esta, por isto mesmo escrita em um único bloco textual, compreendo que tais questionamentos são compreensíveis. Por fim, em minha visão, o que prevalece é o nosso amor pelo conhecimento, a natureza, a evolução, a escrita e a partilha. 

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Estou em paz

Ando em dois mundos e agora estou distante da mata mais verde que já vi O vento castiga minha face e afaga um varal colorido que tremula Sinto que minha alma revive O cheiro do monóxido de carbono carimba meu pulmão E um pássaro canta no alto de uma árvore Contudo, sem asas, porém, também divino, um mano desconhecido corre o olho pelo trampo Sei que a calçada me abriga desde muito jovem Seja palavra Seja tinta Seja madeira Seja ferro, fogo ou brasa O que mais importa é ser Ser como se nasceu Honesto consigo e o mundo em nossa volta E ao tempo em que me sirvo da situação e anoto, estou em paz comigo mesmo Estou livre Estou participando da mudança Estou em casa Estou na rua Estou esparramando um tanto do que brota em meu coração E olhando o varal e coringando o pano, sei que ando em dois mundos Com os mesmos pés O mesmo espírito A mesma alma E a mesma satisfação de ser

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