The Byrd é
uma de minhas músicas preferidas. Acho incrível o que Charlie Parker consegue fazer com um saxofone em tal canção. Em meu
modo de ver ele é um dos melhores músicos de Jazz que o mundo já ganhou. Curto preparar um café e ouvi-lo
enquanto trabalho. Nietzsche disse
que a vida sem música é um erro. Concordo com ele. A música me acompanha
sempre. Lembro de quando comprei meu primeiro fone de ouvido. Senti como se
pudesse viver em um mundo muito mais civilizado e feliz. E como revisor de
textos, posso dizer que depois do dicionário, o fone de ouvido é meu principal
instrumento de trabalho — rs.
Saio para levar o lixo até o contêiner. O tempo está carregado e vem mais chuva e mais desgraça e isso está me atormentando. Tem um vento frio que se parece com o que sopra no inverno. Alguns pássaros cantam ao tempo em que motoristas afoitos buzinam e gesticulam uns para os outros sempre que dois ou três carros se encontram em uma esquina. Logo vejo dois cães que me cercam e começam a latir. São os mesmos de todos os dias. Agora, manter os próprios cachorros na rua como se estivessem em área privada é o novo normal. Aliás, não aguento mais essa teoria de o novo normal para tudo, como se o mundo houvesse virado de cabeça para baixo. Em pouco tempo escuto rosnadas, olho firme para um deles e digo em alto e bom som: se tu te bobear vou ter de te chamar na pedra. O cão pressente que existe algo de diabólico comigo e hesita. Largo o lixo para dentro do contêiner e em dois segundos tenho quatro pedras em minhas mãos. O canino, incrédulo, ainda me olha e eu olho para ele. Lá pelas tantas v...